A Venezuela quer se apresentar como parte da solução para a sede cada vez maior da China por petróleo. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) destaca que Caracas já passou a ocupar a décima colocação entre os maiores fornecedores de petróleo para Pequim, tendência que deve se consolidar até o fim do ano.
Não por acaso, nesta semana, o presidente Hugo Chávez faz uma visita oficial à China para assinar acordos para a construção de uma frota de navios para transportar combustível, acertar uma compra de equipamentos e atrair investimentos chineses no setor petrolífero na Venezuela.
Segundo a Opep, os chineses são hoje os maiores responsáveis pelo aumento da demanda pelo combustível no mundo. Pequim já consome por dia 7 milhões de barris de petróleo, volume superior ao de toda a América Latina. Desse total, 2,8 milhões de barris chegam do exterior diariamente. Já os venezuelanos são responsáveis por fornecer 150 mil barris por dia aos chineses, média que chegará a 200 mil antes do fim do ano e que deve sofrer incremento importante em 2007, de acordo com a Opep.
Especialistas da entidade apontam que a busca de petróleo venezuelano pelos chineses segue a lógica da diversificação de fornecedores, estratégia que Pequim está implementando desde o início da década. O principal objetivo é reduzir a dependência do país em relação ao petróleo do Oriente Médio.
Dados da Opep mostram que, até 2005, os países árabes forneciam 48% do petróleo consumido pelos chineses. Neste ano, a taxa já caiu para 44% e o objetivo é de que a proporção seja reduzida de forma ainda mais acelerada nos próximos anos.
Para continuar nessa linha, Pequim não poupa nem esforços diplomáticos nem financiamentos para ajudar outros países na exploração e transporte do combustível.