O presidente, Hugo Chávez, disse neste domingo (22) que vai usar a lei para regular os preços dos hospitais privados e alertou que seu governo vai confiscar qualquer clínica que for flagrada ignorando os novos controles. Chávez disse que vai aprovar a lei por decreto presidencial, usando os poderes especiais recebidos pela Assembléia Nacional há quase três meses, em seu objetivo de conduzir o país em direção ao socialismo.
"Vamos ter uma regulamentação rigorosa. Qualquer clínica que não cumprir (a lei), deixaremos ser fechada", disse Chávez. "Podemos tomá-la para o Dentro do Bairro (programa estatal de saúde), convertê-la para uma clínica popular. Sem problema", acrescentou.
A Venezuela tem dois sistemas de saúde, no qual os mais ricos podem bancar um pronto tratamento, de melhor qualidade, nos hospitais privados. Chávez expandiu o sistema de saúde pública, construindo novas clínicas, renovando hospitais e enviando milhares de médicos cubanos e venezuelanos a viverem em bairros pobres, onde oferecem atendimento gratuito.
Durante seu programa de tevê "Alô, presidente", Chávez reclamou que o custo de um parto num hospital privado pode chegar perto de US$ 4 mil. "Medicina capitalista – que é a coisa mais perversa", disse o presidente venezuelano durante o programa, transmitido pela estatal Yaracuy.
Chávez disse que a regulamentação tem como objetivo conter "a exploração nos hospitais privados, que afeta a classe média acima de tudo". Ele não disse exatamente quando a lei será aprovada. No início do mês, o presidente alertou que seu governo poderia tomar hospitais privados se eles continuassem a elevar os preços. Seu ministro da Saúde anunciou ontem planos para regular os preços nos hospitais privados.
