O complexo hospitalar Pequeno Príncipe, hoje formado pelo Hospital César Pernetta, Hospital Pequeno Príncipe e Instituto de Ensino Superior Pequeno Príncipe (IESPP), completa 85 anos nesta terça-feira.
Em 26 de outubro de 1919 entrou em funcionamento o Instituto de Higiene Infantil, espaço de atendimento à saúde da criança, que antecedeu a construção do prédio do primeiro hospital do complexo, o Hospital de Crianças César Pernetta.
A ação de atenção à saúde infantil foi iniciada através do trabalho de um grupo de senhoras que integrava o Grêmio das Violetas. Foram elas que trouxeram para o Paraná a Cruz Vermelha, organização através da qual teve início o atendimento em saúde infantil no estado.
A fundação da Cruz Vermelha Paranaense significou também o rompimento com o caráter efêmero e apenas recreativo das ações dos grêmios, basicamente único espaço de atuação da mulher na sociedade naquela época. As mulheres voltaram-se então para o trabalho assistencial, e lançaram a semente da filantropia com fins práticos, superando a caridade pura e simples pela solidariedade.
O prédio do Hospital foi inaugurado em 1930 e dois anos depois foram inauguradas as três primeiras enfermarias. Com o passar dos anos, a demanda por atendimento foi crescendo e diante das dificuldades financeiras para proporcionar a ampliação do atendimento, novamente a sociedade se mobilizou.
Foi então fundada, em 1956, a Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, organização não governamental, sem fins lucrativos, que é a mantenedora do complexo ainda hoje.
Hoje o complexo Pequeno Príncipe é um dos maiores do Brasil. Atende a 32 especialidades de saúde e é referência no atendimento de alta complexidade e nas ações de humanização.
Em 2003, o Pequeno Príncipe realizou:
- 174.532 atendimentos ambulatoriais;
- 20.612 internações;
- 12.083 cirurgias;
Atualmente, o Hospital oferece à comunidade 345 leitos, sendo 62 em Unidades de Terapia Intensiva. Em 2003, 705 da capacidade de atendimento foi destinada aos pacientes do Sistema Único de Saúde, 28,8% aos pacientes de convênios e 1,2% a pacientes particulares. No mesmo período, o repasse do SUS representou 50,73% da composição da receita. Isso quer dizer que o atendimento ao SUS gera um déficit de quase 20%.
Em função dessa situação, o Pequeno Príncipe passa a necessitar, cada vez mais, do apoio da comunidade para conseguir manter a qualidade do atendimento que sempre ofereceu e ampliar o número de crianças atendidas.