O Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, que pertence à Universidade Federal do Paraná (UFPR), comemorou ontem 42 anos. Apesar das dificuldades, o hospital é hoje o maior prestador de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) do Paraná, com uma média de atendimento que chega a 2 mil pessoas por dia ? 94,60% do Paraná e 5,27% de outros estados e até do exterior. Além disso, o HC é referência em alguns setores, como no transplante de medula óssea utilizando células de sangue do cordão umbilical, e no Banco de Leite Humano que funciona há treze anos.
Atualmente o HC possui 635 leitos ? com uma taxa de ocupação que chega a 70% ?, e mais de quarenta especialidades médicas. O hospital é também uma unidade escola, por onde passam mais de 3 mil alunos e estagiários de cursos como Medicina, Enfermagem, Nutrição e Farmácia. Ainda neste mês o hospital deve inaugurar a Unidade de Urgência e Emergência com 5.689 m2 e sete pavimentos, que dará mais condições de atendimento aos pacientes. Também estão em andamento outras obras que ampliarão os serviços ofertados pelo HC, como a reforma da unidade de Cirurgia Plástica, e reforma e ampliação da UTI (unidade de terapia intensiva) neonatal.
De acordo com o diretor geral do HC, Giovani Loddo, a unidade tem o papel de prestar uma assistência hospitalar voltada para a comunidade, e garantir um campo apropriado para o ensino, pesquisa e extensão. Mas o principal desafio do hospital tem sido driblar a crise financeira e manter os atendimentos. A gerente de informações do HC, Gisele Lopes afirma que o hospital recebe recursos do SUS apenas para o pagamento da folha de pessoal e compra de insumos, sendo que não existe dinheiro para investimentos em tecnologia. “Isso só é possível com emendas de parlamentares ou doações da comunidade”, disse.
Equilíbrio
O repasse mensal do SUS ao HC é de cerca de R$ 2,8 milhões, dos quais 51% são revertidos para o pagamento de 1.366 servidores ? do total de 3.399, que têm a diferença paga pelo Ministério da Educação (MEC). Gisele Lopes afirma que o deficit do HC é de R$ 600 mil por mês, conta que é equilibrada por negociações com fornecedores ou atrasos nos pagamentos.
A principal reivindicação do hospital é que os municípios repassassem verbas por atendimento. A direção do HC também briga para que o MEC absorva a folha total de pagamentos, que daria uma sobra mensal de mais de R$ 1 milhão. “Com isso teríamos condições de investir em equipamentos”, argumentou a gerente.