Brasília – Os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) esperam que o próximo governo federal aumente o valor pago em tabela pelos serviços prestados. Em alguns casos, ?a defasagem chega a 200%?, segundo José Francisco Schiavon, vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde. ?Não há como resolver demais problemas na área sem aumentar os recursos?, afirma.

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?O setor de fisioterapia vive uma situação de calamidade pública, o último reajuste foi há onze anos?, diz. O valor pago por uma sessão de fisioterapia, segundo o representante, é R$ 2,36 em todo país. ?Apesar das insistentes denúncias, o governo não procura atualizar e esse valor deveria ser, no mínimo, R$ 7?.

?Tem muito fisioterapeuta ganhando menos que a mensalidade que pagava na faculdade?, relata. Além da fisioterapia, as cirurgias de pequeno porte, ortopedia e estruturas de emergência são as áreas mais afetadas pela falta de recursos. ?Tem município fechando hospital, que simplesmente compra uma ambulância, leva o paciente para uma cidade maior e deixa na porta do hospital sem assistência nenhuma?, alerta.

Na visão do representante nacional dos prestadores de serviços, os recursos públicos estão sendo usados na medicina preventiva em detrimento à atenção básica. ?Nem todas as pessoas passaram pela prevenção e quiseram ficar doentes. O câncer existe, os acidentes existem, não podemos esquecer que as doenças continuam existindo e em número crescente?.

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Ele critica ainda o atendimento prestado em casos mais simples, nos quais a doença pode ser mais facilmente tratada. ?As UTIs [Unidades de Tratamento Intensivo] são insuficientes e vão ser sempre porque o paciente só é internado quando já está em uma situação quase que irreversível. Não se preocupam em dar assistência no início da doença?. Ele lembra que em virtude deste estrangulamento, a iniciativa privada é responsável hoje por 70% de toda assistência prestada no país.

Mas, nos hospitais particulares, de acordo com José Schiavon, a situação não está melhor. Ele afirma que o governo autorizou reajuste de 8,99% dos planos de saúde, mas o valor não foi repassado aos prestadores. ?Esse ajuste foi autorizado há uns quatro meses e, até agora, as operadoras não chamaram os prestadores para discutir?, reclama.

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