Rio (AE) – A disparada nos preços de hortaliças e legumes (9,13%) levou à aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu para 0,55% no período encerrado em 22 de novembro, resultado acima das expectativas do mercado financeiro e superior ao da semana anterior (0,49%). Segundo informou hoje (23) a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o comportamento dos produtos puxou para cima a inflação no setor de alimentos.
O segmento de hortaliças e legumes é um dos de maior peso na formação do indicador. "Podemos dizer que praticamente toda a aceleração do IPC-S é explicada por hortaliças e legumes" disse o economista da FGV, André Braz. Para ele, não há como fazer previsões. Isso porque os alimentos continuarão a ser influenciados pelo comportamento imprevisível de hortaliças e legumes, cujos preços são voláteis, dependentes das oscilações de clima. O economista não descartou a possibilidade do próximo resultado do indicador voltar a registrar aumento de preços nesses produtos. "Para Hortaliças e Legumes, não há limites (para elevações)", brincou o economista.
Mesmo com a inflação alta nos alimentos, poucos itens no setor estão com alta acelerada de preços. "Além disso, nem todos os preços de hortaliças e legumes estão em alta. É apenas um grupo pequeno, concentrado em batata-inglesa", disse o economista, informando que o preço da batata subiu 41,21% no IPC-S de até 22 de novembro.
O recuo de preços em outros tipos de alimento conteve, em parte, o impacto da elevação de hortaliças e legumes. É o caso de laticínios (de -1,45% para -1,63%); aves e ovos (de 1 35% para 1,01%) e carne bovina (de 4,36% para 2,69%). "Não fosse por esses recuos, o IPC-S teria subido mais", disse Braz. No caso das carnes, o economista observou que o problema da febre aftosa já está praticamente controlado. O que pode continuar a elevar os preços das carnes é o atual período de entressafra no setor, de acordo com o economista. (Colaboraram Célia Froufe e Francisco Carlos de Assis).
