Hora de chiar

O governo americano vai pagar US$ 3,25 bilhões em subsídios aos produtores de soja do país, na safra de 2005/2006. Na safra anterior, esse valor foi reduzido para US$ 600 milhões, devendo-se a expansão pretendida à superoferta da oleaginosa no mercado mundial e a inevitável baixa das cotações.

Para os produtores brasileiros, pressionados pela desvalorização do dólar em relação ao real, a notícia não podia ser pior. Tanto que suas representações estão propondo a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), a fim de impedir que o governo dos Estados Unidos prossiga subsidiando a produção do grão.

A decisão governamental foi tomada para salvaguardar o interesse dos produtores norte-americanos, até que as cotações da soja subam novamente. O Brasil só teria como avançar para novos mercados e esperar cotações em alta caso os sojicultores dos Estados Unidos diminuíssem sua área de plantio, o que não acontece com a atual política de subsídios.

Entre 1998 e 2004, o País poderia ter elevado em até US$ 4 bilhões o montante de suas exportações de soja, se o governo dos Estados Unidos não garantisse, pela vida do subsídio, a rentabilidade dos produtores.

Nos últimos anos, o Brasil não contestou a política de subsídios dos Estados Unidos, porque os preços da soja se elevaram e não havia excesso de oferta. Agora, chegou a hora de reclamar.

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