“Vai mais longe a gaivota que voa mais alto.”
Com a reflexão de Richard Bach, o paulista que já é paranaense, Rubens Nogueira, autografou-me em 1.º de dezembro de 1998 o seu magnífico opúsculo Os Anos Seguintes, que, somado ao recém-lançado Muitos Anos depois…, constituem, sem dúvida alguma, História de uma Vida.
Neles, o dileto confrade, que semanalmente encontro em o nosso Centro de Letras do Paraná, revela fatos de sua existência proveitosa e a estreita ligação familiar, fonte inesgotável de inspiração literária.
Já na capa do seu último escrito, como que apresentando a obra, escreve humildemente: “A vida aventurosa de um Zé Mané que saiu de Sorocaba com 20 anos, morou no Rio de Janeiro 33 anos, viajou pela Oropa, França e Bahia e acabou no Bacacheri, agora aos 76 anos, conta um pouco da história da sua família globalizada, antes que se falasse em globalização”.
Como a justificar a edição, lembra o saudoso jornalista Paulo Francis, quando proclamou: “Por que esse fascínio pela vida dos outros? A nossa é mais interessante…”.
Não tendo objetivo crítico, esta crônica cingir-se-á, por evidente, em sublinhar pontos interessantes, bastante coracionais, da trajetória do escritor, que, passando pela Binacional Itaipu, estabeleceu-se na Cidade Sorriso, participando de muitas entidades culturais.
Não esconde do leitor, por exemplo, os seus “três amores” e a placidez remançosa do Amor de Outono, simbolizando em sua Nelita, que descreve com a ajuda de Menoti Del Picchia, “Loura como espigas, os raios de sol e as moedas antigas”.
Relembra os filhos (“Nossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da Vida por si mesma”), com suas epístolas carinhosas, da mesma sorte como não esquece o “meu anjo da guarda”, Lourdes, que “acompanha a família desde Foz do Iguaçu, depois, Itaipava, desde 1992, Curitiba”.
O livro, rico também em fotografias, inclusive homenageando queridos amigos, traz o autor Conversando com o poeta Carlos Drumond de Andrade – Copacabana, Posto 6, Dezembro de 2001, quando o revela ao lado da estátua do extraordinário escritor…
Muito mais poderia ser escrito.
Não uso, porém, sopitar a curiosidade do leitor, notadamente daquele que sabe e quer desfrutar da boa leitura.
História de uma Vida, a obra de Rubens Nogueira enseja ser conhecida e enriquecerá as nossas bibliotecas!
Luís Renato Pedroso – desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná.