Hidrog

Com a crise do petróleo, cada vez mais procura-se desenvolver tipos de energias alternativas que não dependam dos combustíveis fósseis. Uma saída encontrada pelos pesquisadores é usar o hidrogênio. Ele pode ser transformado em energia elétrica depois de passar por uma célula combustível, um aparelho apropriado onde se dá a divisão da molécula. Com a entrada de oxigênio na célula, acontece a eliminação de água destilada, habilitada para consumo humano, além da geração de eletricidade.

Essa é a base de um projeto que está sendo desenvolvido há dois anos pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em parceria com empresas e órgãos governamentais estaduais e internacionais, como Alemanha e Japão. O objetivo do programa é produzir energia sem poluentes a partir de bens renováveis e da biomassa.

O assessor da presidência do Tecpar, Jorge Watanabe, explica que atualmente a energia que move o mundo vem do petróleo e seus subprodutos ou de usinas nucleares. O problema está na emissão de gases decorrentes da combustão dessas fontes, que causam grande poluição. “Um dia os combustíveis fósseis vão acabar. Assim, precisamos encontrar alternativas para a energia, principalmente sem poluentes”, afirma.

A água é o ponto chave do projeto. A partir dela, podem ser retiradas as moléculas de hidrogênio necessárias para o novo sistema de energia elétrica. “O hidrogênio também pode vir das biomassas, como dejetos humanos e de animais, resíduos florestais, bagaço da cana-de-açúcar, entre outros. Outra fonte seria o álcool. O hidrogênio é muito abundante, presente em 80% das moléculas”, comenta Watanabe. “São fontes totalmente renováveis, presentes na natureza eternamente. Estamos jogando fora hoje um potencial enorme sem as suas utilizações”, avalia. Segundo o assessor, a produção de energia a partir do hidrogênio pode suprir a necessidade do petróleo, o que diminuiria a importação brasileira deste produto. “E se fôssemos auto-suficientes, poderíamos exportar para o resto do mundo”, acredita.

Potencial

As células combustível podem produzir entre 1 e 500 quilowatts/hora de eletricidade, dependendo de seu tamanho. Esse potencial pode ser aplicado em residências, eletrodomésticos, baterias de celulares, computadores portáteis e veículos elétricos, com poluição praticamente zero. “Teremos pequenos tanques de hidrogênio acoplados a esses equipamentos. No futuro, será como recarregar o isqueiro atualmente”, observa.

As células já estão sendo produzidas em algumas empresas estrangeiras. De acordo com Watanabe, o custo desse sistema ainda é alto, mas há mecanismos tecnológicos para adequar os valores com a realidade da população. O projeto está em fase de articulação e negociação para a sua continuidade.

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