Hezbollah marca para amanhã protestos contra o governo

O Hezbollah e grupos aliados de oposição convocaram para amanhã (1º) protestos em massa no centro de Beirute com o intuito de derrubar o governo do Líbano, apoiado pelos Estados Unidos.

A convocação de protestos de rua pacíficos foi feita num comunicado conjunto da oposição lido hoje em tevês do Hezbollah e de outros grupos oposicionistas. As manifestações terão início amanhã à tarde no centro de Beirute, onde o acossado governo do primeiro-ministro Fuad Siniora tem sua sede.

Pouco depois, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, apareceu na tevê do grupo, Al-Manar, e acusou o governo de Siniora de ser um fracasso e defendeu a formação de um "verdadeiro governo de união".

O governo "provou que é incompetente e não foi capaz de cumprir suas promessas nem de alcançar nada significativo", disse ele.

"Convoco todos vocês para uma ação popular para pressionar por esse objetivo", conclamou. Ele frisou que as manifestações devem ser "pacíficas e civilizadas".

Ao término de suas palavras, disparos para o ar e explosão de fogos de artifício foram ouvidos nas áreas controladas pelo Hezbollah em Beirute.

Siniora e o que restou de seu gabinete esperavam havia dias a convocação das manifestações. As forças de segurança posicionaram tropas, arame farpado e veículos blindados na frente do principal complexo de escritórios do governo, que Siniora e alguns ministros têm usado como abrigo.

A convocação dos protestos foi feita depois de semanas de tensão política entre os grupos pró-Síria, na oposição, liderados pelo xiita Hezbollah, e facções anti-Síria, que respaldam o governo e têm um forte apoio dos Estados Unidos.

Os manifestantes devem portar apenas a bandeira libanesa, evitando pôsteres e faixas de partidos.

Apesar de a oposição insistir que o protesto será pacífico, teme-se que grupos que apóiam o governo Siniora convoquem uma contramanifestação, com resultados imprevistos.

Os protestos deveriam começar na semana passada, mas foram adiados por causa do assassinato do ministro da Indústria Pierre Gemayel, um cristão maronita, num subúrbio de Beirute, renovando temores de que a crise política poderia afundar novamente o Líbano na violência sectária da guerra civil de 1975 a 1990.

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