Possível candidato da oposição à presidência do Atlético nas eleições que vão acontecer no final deste ano, Henrique Gaede, em nota oficial, respondeu ao presidente Mário Celso Petraglia ontem à tarde e recusou o convite para ser o interlocutor do clube com a Prefeitura de Curitiba e o Governo do Estado a fim de que o acordo tripartite assinado entre as partes para a reforma e ampliação da Arena da Baixada seja cumprido com o valor integral da obra. Gaede admitiu surpresa em um primeiro momento com a carta do mandatário rubro-negro, mas afirmou que este é mais um truque de Petraglia, já vislumbrando o pleito que deve acontecer em dezembro.
“Receber um convite dessa grandeza seria uma honra, caso não estivéssemos às vésperas de um processo eleitoral que, aliás, ainda não apresenta todas as suas alternativas e variáveis. Poderei sim ser um candidato, como sugere nosso presidente, mas faço parte de um grupo de pessoas que têm ideias de transformação e renovação, e assim é preciso que haja um amplo debate, para que aquilo que for idealizado na campanha possa ser viabilizado durante a gestão. Não tenho qualquer interesse em ser candidato de mim mesmo, e muita água passará por debaixo dessa ponte, até que haja uma definição”, diz um trecho da nota.
Divergência
A recusa do convite, segundo Gaede, aconteceu principalmente pela divergência na maneira que a atual diretoria atleticana está gerindo o Furacão. “Quando me refiro a mudança de interlocução, não é apenas para casos pontuais. É necessária uma mudança da filosofia que promova um restabelecimento da confiança. Isso infelizmente não pode ser explicado numa resposta que pretende ser objetiva”, apontou Gaede.
Meta é ter time pra ganhar títulos
Gaede citou a decepção com mais uma derrota para o Coritiba, no Couto Pereira e já deu o recado do que pretende fazer no comando do clube, caso seja candidato e vença o pleito rubro-negro. “Quero ver o Clube Atlético Paranaense patrimonialmente consolidado, dando valor ao seu apaixonado torcedor, batendo recorde de público – se possível, renda – e, principalmente, formando times competitivos que nos tragam possibilidades reais de títulos, em todas as competições. Acredito que conseguiremos, pois não pretendo fazer isso sozinho”, apontou.
Antes de finalizar a nota agradecendo Mário Celso Petraglia para assumir o papel de interlocutor no relacionamento com os poderes municipal e estadual, Henrique Gaede comentou sobre o seu bom relacionamento com a Prefeitura de Curitiba citada pelo mandatário rubro-negro na carta divulgada na semana passada.
“Quanto às supostas relações de amizade que eu teria junto à Prefeitura, digo que para algumas soluções não bastariam relações de amizade. Independentemente de convicções políticas, sei que se trata de gente séria, que administra a cidade com base em decisões técnicas, e o encerramento natural de um ciclo de gestão é um dos seus importantes balizadores”, concluiu Gaede.