A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena (PSOL), minimizou o resultado da pesquisa Datafolha divulgada na última terça-feira (12), na qual aparece com os mesmos 9% de intenções de voto do levantamento da semana anterior. "Ou as pesquisas estão mentindo muito, ou meu eleitorado é muito apaixonado e aparenta que vou para o segundo turno", disse, durante ciclo de encontros com presidenciáveis realizado hoje pelo Instituto Ethos, em São Paulo. Ela voltou a pedir que cada eleitor seu consiga mais dois votos para que possa ir ao segundo turno das eleições. "Aí eu encosto na majestade barbuda e vou para o segundo turno. A única capaz de derrotá-lo sou eu.

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Durante o evento, a senadora responsabilizou o Executivo pela crise de ética vivida no Congresso Nacional. "O estado de delinqüência do Congresso é diretamente proporcional ao estado de delinqüência do Executivo", afirmou. "O Vedoin (empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, dono da Planam) procurava os parlamentares indicados por uma lista da Casa Civil. Não fui eu quem disse isso, foi o Vedoin. Não é geração espontânea. Só aconteceu de um lado porque o outro lado permitiu. Isso só aconteceu porque houve promiscuidade do Executivo", completou.

Ela voltou a defender um novo modelo de execução orçamentária para diminuir os riscos de crimes contra a administração pública. "Isso é fundamental para impedir a continuidade do balcão de negócios sujos", disse. "O que existe hoje é seletividade do Executivo e sua base de bajuladores", considerou. A senadora disse não se preocupar em ter maioria no Congresso. "Quero um Congresso independente, como manda a Constituição. E de preferência numa oposição fiscalizadora. Não é preciso maioria para aprovar nada além da execução orçamentária.

Heloísa Helena negou que divergências entre seu partido e o PSTU tenham adiado o lançamento de seu programa de governo, anteriormente previsto para o dia 7 de setembro. "Já lancei meu programa de governo. Todos os dias estou lançando plano de governo. Não há divergência. O problema é que se plantou nos jornais que havia e agora fica todo mundo querendo trabalhar isso. Sinceramente: tô nem aí, tô nem aí", cantou.

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Ela assegurou que nenhum outro candidato falou mais sobre programa de governo que ela. "Nenhuma candidatura fala de política econômica, meta de crescimento, superávit, desvinculação da receitas da União (DRU), elaboração do orçamento, montante de recursos e de onde esses recursos sairão" disse.

A candidata disse que vai corrigir tabela do Imposto de Renda (IR) e manterá a CPMF, mas reduzirá o porcentual cobrado. Em sua avaliação, a CPMF foi pensada como um mecanismo para monitorar a lavagem de dinheiro, não como um tributo. Ela reafirmou ser contra a Alca, disse que a Previdência Social é superavitária e que não fará qualquer reforma para diminuir direitos. Disse que aceita um Banco Central independente, desde que nos moldes americanos, em que a estabilidade econômica, segundo ela, é a terceira meta e a prioridade é o crescimento.

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