Heloísa Helena responde a Dirceu e promete votar contra Meirelles

A senadora Heloísa Helena (PT-AL) reagiu à crítica do futuro ministro da Casa Civil, José Dirceu, de que ela estaria “se colocando à parte do PT”, ao rejeitar a indicação do ex-presidente do BankBoston, Henrique Meirelles, para presidir do Banco Central. Ela diz que Dirceu “sabe o quanto está sendo injusto”. A senadora assegura que seu voto será contrário a Meirelles, tanto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde é membro titular, como no plenário.

“O ministro (Dirceu) sabe que em toda minha vida enfrentei adversidades consecutivas, que às vezes ameaçavam nossa capacidade de reação, para ajudar a construir o PT”, afirma. “Quem acompanhou minha vida nos movimentos partidários e, nos últimos quatro anos, no Senado, sabe o quanto ele foi injusto.”

Heloísa Helena dá uma estocada em José Dirceu, ao pedir que ele mantenha a coerência com os correligionários, apesar do tratamento privilegiado dispensado a partidos adversários. “O Brasil tem visto a forma respeitosa como o ministro trata os que fizeram tudo para impedir a vitória de Lula, tanto no PMDB como no PSDB”, argumenta.

Ela assegura que em nenhum momento considera deixar o PT. “Estou muito mais triste do que indignada”, diz. “Mas dediquei muito tempo ao partido e continuarei sendo da base de sustentação de Lula, e não da base de bajulação.”

A senadora vai pedir ao partido que não feche questão, o que obrigaria os parlamentares a endossar a designação do ex-banqueiro para o Banco Central. O líder Eduardo Suplicy (SP) afirma que não existe essa possibilidade, e que ela poderá votar “da forma que achar melhor”.

Aguardada ontem, a mensagem do presidente Fernando Henrique Cardoso só deve mesmo chegar ao Senado na segunda-feira. Será então lida em plenário, antes de ser encaminhada à CAE. Henrique Meirelles será sabatinado na terça-feira, após a ordem do dia. Ou seja, no início da noite, devendo a sessão se estender até mais tarde.

Na quarta-feira, será concluída o processo de avaliação de seu nome, com a votação em plenário. A senadora Heloísa Helena é o único membro do Senado que até agora fez restrição à escolha.

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