A senadora Heloísa Helena, candidata do PSOL à Presidência, defendeu a continuidade dos trabalhos da CPI dos Sanguessugas depois das eleições para aprofundar a investigação sobre a ação de parlamentares no desvio de recursos da saúde por meio de emendas parlamentares nos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. A senadora, no entanto, afirmou que o mais importante agora é apurar a fonte de tanto dinheiro circulando nos bastidores da política, referindo-se à soma apreendida com os petistas que negociavam um dossiê contra tucanos como o ex-prefeito José Serra ou o caso dos dólares encontrados na cueca de um assessor parlamentar no ano passado.
"É obrigatório identificar de onde vem o dinheiro. Se são dólares em peças íntimas do vestuário masculino, se são milhões de reais para comprar dossiês ou qualquer outra coisa, temos de identificar a origem do dinheiro para identificar quem são os criminosos que estão viabilizando isso. Quem tem esses milhões para ficar andando pelo Brasil?", disse a senadora, após dar entrevista a correspondentes estrangeiros no Rio. "Se o dossiê traz uma verdade, que a CPI investigue de forma implacável. Agora, milhões de reais rolando pelo País é um escândalo! Passa a suspeita de que são vinculados ao narcotráfico, à corrupção ou ao crime organizado", disse.
A senadora, que integra a CPI dos Sanguessugas, afirmou que é preciso exigir a continuidade dos trabalhos da comissão para apurar também esse fluxo clandestino de dinheiro e dossiês. Ela admitiu que os parlamentares envolvidos poderão usar o escândalo para desqualificar os depoimentos dos empresários Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin, elementos centrais das investigações, mas considera que há provas incontestáveis contra a maioria deles. "Tentar desqualificar até pode, mas ficam as transferências eletrônicas, os recibos de cheque e a dinheirama que rolou para ministros, assessores e parlamentares. Essas não têm como desqualificar", afirmou Heloísa. Ela disse ainda que as anotações apresentadas por Vedoin são muito bem organizadas.