A candidata do PSOL à Presidência da República, Heloísa Helena, disse ter receio de que a disputa eleitoral contamine as investigações no Congresso Nacional sobre a chamada máfia dos sanguessugas e leve a um "acordão" entre PT e PSDB. "O risco maior à CPI não é nem da utilização política, é de haver uma tentativa de polarização de denúncias para nada apurar e a todos acobertar", afirmou hoje em Belo Horizonte

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"O que nós esperamos é que a generalização das acusações não leve a um grande acordão para abafar a podridão dos dois lados. A nossa preocupação não é o que um lado divulga sobre o outro, porque se podridão existe, a opinião pública precisa saber.

As declarações da presidenciável do PSOL ocorrem após o governo federal divulgar dados lançando suspeitas sobre o esquema no governo Fernando Henrique Cardoso e apresentar uma grande lista de prefeituras administradas PSDB e do PFL que teriam realizado licitações com indícios de fraude. Heloísa disse que "não há dúvida" de que o esquema acontecia no governo passado e, no atual, "já está tudo definitivamente mostrado".

Na visita a Belo Horizonte, Heloísa Helena reiterou que está feliz com o crescimento nas pesquisas e manifestou confiança de chegar a um eventual segundo turno. Ela voltou a atacar as candidaturas de Lula e Alckmin, classificados como "representantes dos banqueiros e do capital oligárquico". "Eles são muito ricos, muito poderosos, têm muita estrutura para fazer campanha, têm muitos acordos, transparentes ou obscuros e sujos.

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Heloísa Helena insistiu em duas propostas: redução das taxas de juros e das dívidas dos estados com a União. "Entendemos que a redução das taxas de juros e a repactuação, o alongamento do perfil da dívida pública dos estados vai possibilitar mais investimentos nos setores que dinamizam a economia local e nas políticas sociais de uma forma geral", disse.

Sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que negou seu pedido de liminar para assegurar participação nos debates eleitorais, Heloísa disse que já foi convidada por "todas as empresas". E observou que sua preocupação era em relação às eleições estaduais. "Nossos candidatos a governador, em todos os estados, que só poderão participar caso haja uma concessão ou uma generosidade democrática das empresas".

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