Em campanha em Juazeiro do Norte, no Ceará, a candidata à Presidência Heloisa Helena (PSOL) voltou a defender a reestruturação do Bolsa Família e a redução das taxas de juros para 6,5%. "Isso garantiria o R$ 161 bilhões por ano para investimentos públicos", disse, chamando os diretores do Branco Central, o presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "moleques de recado do capital financeiro". Na cidade ela participou da missa dos 72 anos da morte do Padre Cícero. A cerimônia atraiu cerca de 30 mil romeiros de todo o Nordeste e a candidata à Presidência, que chegou com alguns minutos de atraso ficou de pé na última fila do palanque das autoridades.
"Os banqueiros fazem o que querem porque têm os homenzinhos acovardados de incapazes", cutucou Heloisa Helena. Para ela, uma eventual fuga de capitais decorrente da mudança da política fiscal e econômica seria argumento "de farsantes tecnicamente ou de (gente) completamente ignorante". "É impossível haver fuga de capitais no meu governo", prosseguiu pregando a autonomia do Banco Central e o conseqüente controle de remessas. "Ninguém vai botar 180 bilhões de reais num iate e fugir. É o BC que define o percentual, ou o limite de troca de real por dólar e a remessa de dólar para o exterior", concluiu.
Questionada se suas propostas políticas não eram semelhantes às de Hugo Chávez, bateu as mãos no peito e disse: "Num governo de Heloisa Helena não manda nem Bush, nem Chávez. Manda Loló", disse, batendo as mãos no peito, indicando quem era Loló. Ainda eufórica com seu bom desempenho nas pesquisas, a candidata brincou: "Um senhor em uma feira falou para mim que essa eleição tem o rei da abobrinha (Lula) e o chuchu (Alckmin). Agora vai ter a pimentinha.