Com direito a muito choro, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) subiu ontem à tribuna para despedir-se do Senado. Em seu discurso emocionado, afirmou que, durante seus oito anos de mandato, ?se não ajudou muito o Brasil, contribuiu para o País não ficar pior, não ficar mais apodrecido?. Com a ênfase habitual, ela lamentou o ?ódio implacável, a tirania, a trapaça de gente inescrupulosa sem valores morais? da qual disse ter sido alvo por conta de sua posição política.

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Candidata derrotada à Presidência, Heloísa Helena ficará sem mandato a partir de 2007. Sua despedida do Senado foi emocionante e durou mais de três horas, ao longo das quais foi homenageada por mais de 40 parlamentares. Os senadores Jefferson Péres (PDT-AM), Romeu Tuma (PFL-SP), Delcídio Amaral (PT-MS) e Patrícia Sabóia (PSB-CE) também choraram durante a despedida da colega.

Péres disse que já se despediu de diversos senadores, mas nenhum adeus o comoveu tanto. ?Você, minha cara Heloísa, faz-me lembrar o soneto, porque é uma figura chapliniana, entre a lágrima e o sorriso. Sabe Deus como estou contendo o pranto porque a dor é muito grande?, afirmou, após compará-la a ?uma rosa azul que consegue vicejar no pântano, imunizada contra a poluição em torno?.

Expulsa do PT em dezembro de 2003, Heloísa Helena deixou claro na despedida o quanto penou nessa fase. Além de Delcídio, foi saudada somente pelos petistas Eduardo Suplicy (SP), Paulo Paim (RS) e Flávio Arns (PR).

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O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse que não gostava dela, antes de conhecê-la, mas ao chegar ao Senado percebeu seu erro e mudou de idéia em relação à parlamentar.

O senador Alberto Silva (PMDB-PI), cujo mandato também está terminando, disse que soube por amigos alagoanos que já tentaram matar a senadora do PSOL, ?mas não conseguiram porque Deus estava a seu lado?.

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