Heloísa diz que povo deve saber de onde vem dinheiro do dossiê

A candidata à presidência da República Heloísa Helena (PSOL) defendeu uma ampla investigação sobre a origem do dinheiro apreendidos pela Polícia Federal na sexta-feira com Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Ela disse achar que "que qualquer cidadão brasileiro precisa saber de onde vêm esses recursos. Só quem tem milhões (de reais), é o narcotráfico, o crime organizado ou a corrupção", alfinetou.

"É preciso explicar de onde vem todo o dinheiro. São milhões de dólares que foram mandados para o exterior para pagar contas publicitárias do presidente Lula, milhões de reais levados nas peças íntimas do vestuário masculino e agora milhões de reais para compra de dossiê. Se alguém está com uma fabriqueta de real e de dólar precisa avisar aos pobres do Brasil", afirmou.

Ela também não poupou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando falou para empresários segipenses a respeito da transposição do rio São Francisco. "Não há óleo de peroba suficiente para tanta cara de pau do presidente Lula, quando o assunto é transposição. Em todo Estado que chego é uma guerra essa questão da transposição no Nordeste Setentrional, porque o presidente faz um discurso diferente em cada lugar", afirmou. Ela acusou Lula de promover uma "divisão" do povo nordestino. Segundo ela, no Ceará, 90% da água da transposição será para beneficiar uma indústria de aço que faz exportação para a China. "O povo não vai ver nem um chuvisco, imagine a água", disse.

Ao falar de economia para um grupo de empresários na Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracaju, Heloísa Helena voltou a alertar para a necessidade de alterar a política econômica, começando pela reforma tributária para reduzir a taxa de juros e favorecer a arrecadação. "A nossa proposta prevê a redução dessa taxa. Fazendo isso, vamos ter no ano que vem, R$ 87 bilhões de dinheiro novo e limpo, não para mensaleiro, sanguessugas e ratos de terno e gravata, mas para investir em infra-estrutura no país o que dinamiza a economia local", ressaltou.

Para a candidata, o atual modelo tributário é injusto com os trabalhadores, mas muito bom para o capital especulativo e financeiro. "Mentem quando dizem na televisão que está havendo diminuição da concentração de renda. O problema é que a classe média ficou mais pobre e o pobre compromete praticamente 60% do seu pequeno salário consumindo. Com isso, esses pobres gastam 30% só de tributos. Quem mais paga imposto é o pobre e é por isso que a gente defende a isenção de tributos à chamada cesta de consumo",destacou.

A senadora alagoana também defendeu o fim do processo de reeleição para candidatos majoritários. Ela não concorda com um mandato de cinco anos para os chefes dos Executivos. "Sou favorável ao fim da reeleição, mas independente disso se não houver os mecanismos de controle, usa-se a máquina administrativa para o amigo. Na reeleição fica mais claro porque o candidato está usando para ele mesmo. O Lula está usando de forma explícita a máquina pública", denunciou.

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