A candidata do PSOL à Presidência, senadora Heloisa Helena, chamou de "farsa técnica e fraude política" a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nos últimos 12 anos no País. Ela participou de um debate em Maceió com o candidato Cristovam Buarque (PDT-DF) e o candidato a vice na chapa do PSDB, José Jorge (PSDB-PE). O evento abriu a 63ª Semana Oficial de Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (SOEAA).
Além dos aspectos econômicos, Heloisa Helena apontou como prioridades a democratização do acesso à terra e dos espaços urbanos, da agricultura e investimento em políticas sociais. A senadora afirmou que o seu programa de governo está baseado em quatro eixos, que prevêem a democratização da riqueza por meio da alteração da política econômica, com a redução da taxa de juros, do superávit primário e investimentos nos setores produtivos.
A candidata do PSOL disse que pretende reduzir a taxa de juros pela metade, aumentando a meta de crescimento do PIB do Brasil. Para que isto ocorra, ela defendeu a desvinculação da receita da União, produzindo caixa para investir em programas de saúde, educação e nos setores produtivos, melhorando os índices de desenvolvimento humano do Brasil.
Heloísa evitou dizer quem apoiaria num eventual segundo turno, afirmando que acredita que irá disputá-lo com o presidente Lula. No entanto, ao avaliar as pesquisas políticas, ela declarou que as intenções de voto ao seu favor são "um verdadeiro milagre eleitoral", visto que seu partido não possui a estrutura das campanhas adversárias, como o "aerolula" e "jatinhos tucanos".
José Jorge destacou a corrupção generalizada no país, as altas taxas de juros e a excessiva carga tributária como principais entraves para o País. Ele defendeu 5% de crescimento do Brasil ao ano. Para chegar a este índice, propôs a queda dos juros, com taxas de no máximo 6% ao ano. O tucano alertou para a possibilidade real de apagão e defendeu a utilização de fontes tradicionais de energia elétrica.
Nos quesitos transportes e habitação, José Jorge defendeu investimentos nos corredores de exportações, integração e recuperação das rodovias brasileiras, além da legalização urbana dos terrenos. O senador ainda disse que o presidente Lula "amarelou" ao não comparecer ao debate e declarou que "o povo não deve votar em quem tem cara de mentiroso".
Cristovam Buarque afirmou que se o presidente Lula ganhar no primeiro turno, sem base parlamentar de sustentação, sofrerá uma "tentação autoritária muito grande". Para candidato do PDT, Lula já demonstrou que isso pode acontecer quando declarou que, reeleito, vai propor uma nova Constituição. "Lula vai ditar a nova Constituição e pode cair na tentação do autoritarismo", alertou Buarque.
Quanto à plataforma do seu governo, Buarque disse que pretende fazer uma revolução e quebrar o "apartheid social" tendo como base a educação. Ele também disse que quer ser presidente, mas não irá fazer nenhuma concessão para atingir seu objetivo e defendeu mais uma vez a federalização da educação básica no país. Para o senador, "a educação é base de todos os problemas brasileiros".