Brasília ? O ministro das Comunicações, Hélio Costa, diz ter vendido as ações que possuía de uma rádio quando foi nomeado para o cargo. Segundo ele, esse é um exemplo que deveria ser seguido por parlamentares. Na época da nomeação, Costa era senador e admite que "era sócio de uma pequena emissora no interior de Minas Gerais", sua terra natal.
Mais de 70 parlamentares são donos ou controladores de emissoras, segundo dois levantamentos feitos por dois institutos de pesquisa sobre comunicação no país, o Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (Nemp) da Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom). São pelo menos 50 deputados e 27 senadores de acordo com os dados. A Constituição veda a participação de parlamentares na direção de empresas que funcionam por concessão pública. O serviço de rádio e televisão é concedido pelo próprio Congresso Nacional, após a aprovação da Presidência da República.
"Na realidade, eu obtive a concessão antes de ser político, antes de ser deputado. Eu era apenas um jornalista, não tinha participação, de qualquer forma, na administração da rádio. Ainda assim, vendi as minhas cotas para poder assumir o Ministério das Comunicações", disse, em entrevista hoje (6) a emissoras de rádio, no estúdio da Nacional de Brasília.
Costa afirma que "poucos deputados e senadores têm seus nomes" na direção da rádio, como uma forma de esconder a propriedade. E, quando os nomes dos parlamentares estão registrados "são cotistas e não diretores". Nesse caso, "a lei permite, mas eticamente ele deve ser afastado".
