O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, nos últimos dias de mandato, ainda dispõe do ânimo incandescente com que caracterizou sua passagem pela chefia do Ministério Público Federal.

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Nova ação direta de inconstitucionalidade (Adin) foi protocolada pelo procurador-geral no Supremo Tribunal Federal (STF), com referência à discutida Lei de Biossegurança. Fonteles está agora contestando a competência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), de deliberar se organismos geneticamente modificados – os transgênicos – são causadores de impactos ambientais.

O fundamento da questão suscitada pelo procurador está no fato de atribuir-se à CNTBio, em última instância, a faculdade de deliberar sobre a necessidade de licença ambiental para o cultivo de transgênicos.

Segundo Fonteles, a lei em questão ignorou princípios elementares que balizam a harmonia entre os poderes, além de promover a quebra do Sistema Nacional de Meio Ambiente. Em síntese, o procurador pediu ao STF que suspenda, de imediato, a vigência de 24 dispositivos da lei até a decisão final.

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A ação foi proposta em conformidade com a representação do Partido Verde (PV) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), questionando o estabelecimento da CNTBio como portadora da palavra definitiva sobre um tema de tantas vertentes polêmicas.