O Plano Decenal de Energia Elétrica (2006-2015), elaborado em parceria pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Ministério de Minas e Energia (MME), em corajosa posição contrária à histórica resistência à fusão nuclear como fonte de energia, assinala a possibilidade da entrada em operação da usina Angra 3, num horizonte de seis anos.
Para chegar a essa realidade, contudo, o governo terá de aplicar algo em torno de US$ 1,8 bilhão para concluir o projeto desenhado para produzir 1.350 megawatts (MW), em verdade, uma séria polêmica entre progressistas e ambientalistas, iniciada no distante ano de 1975.
Dado alarmante para uma economia precisada de expansão, como é o nosso caso, é que a termonuclear já imobilizou US$ 700 milhões em instalações e equipamentos e consome outros US$ 20 milhões anuais em serviços de manutenção. Tudo isso sem produzir uma faísca de eletricidade.
A ordem para concluir Angra 3 está sendo analisada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão presidido pelo atual ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, mas a palavra final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Discutir a questão é imperioso, dado o risco inevitável de cortes no fornecimento de eletricidade entre 2008 e 2010, além da frustração do cada dia mais inexequível projeto de crescimento sustentado da economia. Haja luz!