Haiti não terá segurança sem desenvolvimento, diz embaixador

Washington (EUA) – As forças de paz das Nações Unidas (ONU), lideradas pelo Brasil, ainda terão de ficar por "algum tempo" no Haiti, considera o o diplomata brasileiro Alexandre Addor Neto, secretário para Assuntos de Segurança da Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas o diplomata defende que, juntamente com a força de paz, seja feito um trabalho para garantir o desenvolvimento do Haiti.

"Não vai haver segurança no Haiti a longo prazo, se você não tiver desenvolvimento econômico, geração de emprego, saúde pública, educação e controle da criminalidade", afirma Addor Neto. "O Haiti poderia ser um caso em que, ao mesmo tempo, assegurássemos uma situação de segurança pública mais sólida, com projetos de desenvolvimento e a manutenção da democracia".

Movimentos sociais haitianos pedem que a ONU substituia a força de paz por um programa de incentivo ao desenvolvimento. "A presença de militares não resolve nosso problema, que não é de segurança, mas de alimentação, pobreza e falta de tecnologia", defendeu Camille Chalmers, pastor protestante que milita na Plataforma Haitiana pelo Desenvolvimento (Papda, pela sigla em francês), durante o último Fórum Social Mundial, principal encontro da sociedade civil. "Em vez de mandar seus soldados, o governo brasileiro deveria enviar alfabetizadores e técnicos da área de biodiesel. Queremos aprender com o Brasil as ótimas experiências recentes que o país vem vivendo, como o Bolsa Famlia. Isso é o que resolve nossos problemas".

A Missão das Nações Unidas pela Estabilização do Haiti (Minustah), composta por 8.600 soldados e policiais, foi criada em 2004 e é comandada pelo Brasil. No último dia 15, a Organização das Nações Unidas (ONU) prorrogou sua permanência por mais sete meses.

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