Gustavo Kuerten luta contra aposentadoria

Há mais de seis anos, o caminho de glórias de Gustavo Kuerten pelas quadras de todo mundo transformou-se num martírio. As conquistas, as grandes vitórias diante de Andre Agassi, Pete Sampras, Roger Federer, a liderança do ranking, os momentos memoráveis em Roland Garros anestesiavam a profunda dor com a qual o tenista começou a conviver desde o Masters Series de Monte Carlo, de 2000.

No princípio eram as dores nas costas, depois pubalgia, tudo enfim já reflexo de uma lesão grave no quadril, resultado de um movimento extremo de rotação. Ao mesmo tempo em que imprimia uma incrível velocidade e violência em seus golpes, agredia a cada golpe o seu corpo. Guga nunca teve um físico dos mais dinâmicos, mas suportou todas as dificuldades para chegar ao topo numa carreira surpreendente, cheia de emoções e histórias pitorescas.

Hoje Guga luta para voltar às quadras. Nem sonha mais em erguer o troféu dos Mosqueteiros de Roland Garros. Gostaria apenas de poder jogar em nível competitivo. Até agora nesse seu jogo contra a aposentadoria, o tenista brasileiro está perdendo. Mas, apesar de muitos insistirem que o melhor seria desistir, pendurar as raquetes e curtir a vida de milionário surfista, o homem Gustavo Kuerten sente-se no direito de tentar até o fim, ir até o limite, como sempre fez em toda sua carreira.

Uma bursite o afasta do sonho de voltar a defender o Brasil na Copa Davis, no confronto diante da Suécia, de 22 a 24 de setembro, em que, no caso de vitória, recolocaria o tênis brasileiro na elite da competição. Guga nem sequer sabe agora, quando poderá retornar às quadras. Aborrecido, não quer criar expectativas.

No primeiro sintoma apresentado em Monte Carlo 2000, Guga caiu na primeira rodada da competição. A custa de tratamento clínico reagiu rapidamente. Semanas depois foi à final de Roma, mas justamente na decisão do título sentiu as dores nas costas e cedeu a vitória para o então rival Magnus Norman. Nem assim, Kuerten convenceu-se a parar para tratamento. Seguiu para Hamburgo e numa das mais equilibradas finais da história do tênis, venceu o russo Marat Safin por 3 a 2. Não bastou, dias depois já estava na luta pelo bicampeonato de Roland Garros.

Guga seguiu vencendo e sofrendo com as dores. Ganhou o tricampeonato de Roland Garros em 2001 e a custa de tratamento, muita fisioterapia, além de disciplina nos exercícios, o tenista resistiu até fevereiro de 2002, quando passou pela primeira cirurgia. Voltou com alguns bons resultados e até mesmo derrotou Roger Federer em Roland Garros, antes de cair diante de David Nalbandian, nas quartas-de-final. Seu físico acusou o golpe e foi necessária nova cirurgia em setembro de 2004.

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