Gustavo Fruet sugere que Correios suspenda licitações

Brasília (AE) – O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) sugeriu hoje que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios recomende à direção da estatal a suspensão de todas as licitações para futuros contratos com fornecedores até que sejam investigadas as informações do ex-diretor de Contratação e Administração de Material da estatal Maurício Marinho. "Não se sabe se ele levantou as suspeitas por ter se sentido acuado ou ficou com medo de ficar sozinho diante da ameaça dos advogados. Mas é necessário que se suspendam as licitações, que envolvem recursos superiores a R$ 2 bilhões", disse o deputado.

A sugestão de Fruet foi feita logo depois que Marinho decidiu apresentar à CPI uma lista de contratos com indícios de irregularidades. Fruet lembra que Marinho não entrou em detalhes sobre o que há de errado, mas sugere, no depoimento, que há relação entre os dirigentes indicados pelos partidos políticos – PMDB, PT e PTB – e as supostas irregularidades. O foco das suspeitas levantadas estaria nas Diretorias de Tecnologia e Operações, ocupadas, respectivamente, pelos petistas Eduardo Medeiros e Maurício Coelho Madureira, por onde passariam mais de 60% do orçamento usado para compra de material. O que se sabe, segundo Marinho admitiu, é que os contratos acima de R$ 650 mil eram analisados pelo presidente dos Correios, João Henrique de Almeida Souza, e o dirigente de cada departamento que solicitava os produtos, mas as decisões eram solidárias, de responsabilidade de todos os sete dirigentes.

No depoimento de hoje, Marinho disse que o departamento que chefiava emitia o termo de referência – um documento fundamental para amparar a licitação e o futuro contrato – e admitiu que as irregularidades poderiam ocorrer no momento em que a diretoria de onde se originava o pedido sobre compras elaborava as especificações do produto.

O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB), afirmou que Marinho poderá ser intimado novamente, mas desta vez como testemunha – o que o obrigaria a dizer a verdade, sob pena de ser preso em flagrante se mentir ou deixar de responder as perguntas. O deputado acha que a lista é apenas um roteiro, disse que a CPI vai fazer um cruzamento das informações e, se achar necessário, poderá chamá-lo novamente na próxima semana.

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