Gushiken afirma que foi vítima de uma campanha “insidiosa”

O chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Luiz Gushiken, disse que ele e sua família foram vítimas de "uma campanha insidiosa". Ele disse que chegou a colocar seu cargo de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) à disposição, quando a imprensa veiculou fotos e imagens da casa que tem em Indaiatuba (SP), onde residiu por seis anos com a família. "Mexeu muito comigo".

O assunto surgiu quando Gushiken foi interpelado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre um suposto aumento no faturamento da empresa de consultoria GlobalPrev, nos últimos três anos. A GlobalPrev sucedeu a empresa Gushiken Associados, cuja sede é na casa em Indaiatuba, que faz consultoria na área de previdência (fundos de pensão).

Segundo Gushiken, "a campanha que produziu uma seqüência de noticiários" apresentou dados equivocados. Ele citou, por exemplo, a informação dada pela prefeitura da cidade, de que o faturamento da GlobalPrev tinha sido bem superior, durante o atual governo, do que na época da Gushiken Associados. Segundo o chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, uma semana após a veiculação desta notícia, a prefeitura de Indaiatuba, retratou-se publicamente mostrando que os números eram justamente o inverso.

Segundo ele, foram feitas imagens da casa em que morou como se fosse um lugar obscuro. "Não posso admitir que haja jornalismo desse tipo", disse o ex-ministro da secretaria de comunicação.

Álvaro Dias também questionou Luiz Gushiken a respeito de uma despesa de bar feita no hotel Cad?oro, paga em cartão de crédito corporativo do governo, que somou R$ 731. "Mais do que a diária do hotel", observou Álvaro Dias, que comunicou estar pedindo ao Ministério Público a instauração de um processo de investigação sobre o uso dos cartões de crédito corporativo do governo.

Sobre o gasto no hotel, Gushiken explicou que fez muitas reuniões em hotéis, e os gastos destas reuniões eram pagos por ele, com o cartão de crédito. Sobre o gasto perguntado por Álvaro, o ex- ministro explicou que, naquele dia, reuniu-se com jornalistas no restaurante do hotel e pagou as despesas.

Ele ressalvou que existem no governo federal servidores responsáveis por controlar despesas feitas com o cartão de crédito. O consumo de bebida alcoólica, por exemplo, não é coberto por estes cartões, afirmou o ex-ministro.

Gushiken afirmou ao senador que viu diversas vezes ele conceder entrevistas onde fez menção a seu nome como se estivesse envolvido no esquema de corrupção que está sendo investigado pelas comissões parlamentares de inquérito instaladas no Congresso. "O senhor deveria se retratar sobre minha pessoa, de declarações que fez que não são factuais", afirmou Gushiken.

Dias reagiu, disse que não se retrataria e acrescentou que o ex-ministro tem responsabilidade sobre as verbas de publicidade do governo que estão sob investigação e também influenciou nos fundos de pensão de estatais. "Se desvenda, sim, uma rede de corrupção no país", afirmou o senador.

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