Nos próximos seis meses, o Fórum Nacional da Previdência, a ser aberto hoje, debaterá os problemas da Previdência Social. Uma das propostas em discussão é o trabalho apresentado no fim de 2006 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo consultor Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), de Minas Gerais.
Apresentado ao governo pelo empresário Jorge Gerdau, Falconi identificou fontes de desperdícios bilionários e prometeu, a partir da introdução de processos de gestão característicos de empresas privadas, transformar o que hoje é um déficit de R$ 38 bilhões em um lucro de R$ 17 bilhões.
Pioneiro na introdução de conceitos de qualidade industrial nos anos 70, Falconi está se transformando de guru de empresários a salvador de administradores públicos. Sua principal vitrine foi o choque de gestão promovido pelo governador mineiro Aécio Neves que em seu primeiro mandato, a partir de 2003, conseguiu zerar um déficit de R$ 2,3 bilhões. O desperdício e a sonegação foram combatidos e Minas não só colocou as contas em dia como economizou R$ 3 bilhões para investimentos no ano passado.
O resultado para o INDG tampouco foi desprezível. De uma instituição que nasceu como fundação, inicialmente ligada à faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Minas, transformou-se em uma S/A. O faturamento triplicou desde 2003. ?Saímos de R$ 50 milhões para uma expectativa de R$ 150 milhões este ano?, diz o diretor de vendas do INDG, Luiz Octávio Barros de Souza.
A área pública é a que mais cresce. O setor público saltará de 15% para 25% este ano em importância na receita da consultoria. ?Estamos com uma avalanche de demanda?, diz o engenheiro José Martins de Godoy, sócio do INDG. ?Há oito Estados querendo projetos.
A consultoria também tem crescido no exterior, conquistando grandes clientes privados. O INDG calcula que 30% das receitas deste ano virão de empresas privadas no exterior, ante 25% no ano passado. ?A participação não é maior, em termos de receita, por conta do câmbio?, diz Godoy. A conquista do mercado internacional, nos últimos três anos, é decorrência do processo de internacionalização de grandes grupos nacionais. Os resultados obtidos em anos de trabalho com a Belgo Mineira levaram, por exemplo, a Arcelor Mittal a contratar o INDG para as unidades da Espanha, França e EUA.