Presidente do conselho da filial, Jean-Paul Prates diz que o plano abrirá caminho para um grande investimento da matriz Gulf Oil International, que planeja construir uma refinaria de US$ 2,3 bilhões (quase R$ 7 bilhões) no Rio Grande do Norte. “Vamos criar uma nova relação entre o atacadista e o varejista. Em alguns casos, os nossos postos serão como uma espécie de franqueado, mas com liberdade”, diz Prates, também consultor do setor de petróleo.
O executivo está em negociações com a BR Distribuidora para usar os combustíveis da subsidiária da Petrobras nos postos Gulf, que estarão concentrados nas regiões Sudeste e Sul do País. Os pontos-de-venda, no entanto, poderão comprar combustível de outras empresas, desde que a qualidade seja comprovada. “O nosso sistema será baseado no futebol, com cartões amarelo e vermelho. Se a Agência Nacional do Petróleo (ANP) lacrar um dos nossos postos, por exemplo, ele perde a bandeira (Gulf) na hora”, afirma Prates.
Levantamento da ANP realizado em maio mostra que há 32.279 postos de combustível no País. Destes, praticamente um terço (10.843) são de bandeira branca. O objetivo da Gulf, diz Prates, é fazer um trabalho de reestruturação de imagem nesse segmento. “De uns tempos para cá, seja pela deterioração da economia, seja pela questão tributária, os postos de bandeira branca passaram a ser vistos como uma coisa ruim por causa do preço baixo”, afirma o executivo.
Os postos Gulf venderão desde lubrificantes de marca própria até palhetas de pára-brisas. A produção do lubrificante Gulf e de mais 38 produtos, como ceras, foi terceirizada em Perdeneiras, interior paulista, desde o mês passado. “Ao longo do tempo, vamos desenvolver mais produtos com a marca Gulf”, afirma Prates. A fábrica tem capacidade para processar 500 mil litros de lubrificantes por mês, mas atualmente a produção está em torno de 300 mil litros mensais.
Segundo Prates, os 600 postos de combustível justificarão os planos da Gulf Oil International – controlada pelo grupo Amas, de investidores europeus, árabes e asiáticos – de construir uma refinaria na cidade de Guamoré, no Rio Grande do Norte. O início do projeto na Região Nordeste, afirma Prates, ainda depende das negociações em curso entre o governo local e a Petrobras. A estatal poderá ter de 33% a 66% de participação no projeto. “Trata-se de uma refinaria de médio porte, com capacidade de refino entre 180 mil e 230 mil barris diários de petróleo”, estima o executivo.
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