O Ministério da Ciência e Tecnologia está cobrando judicialmente a empresa Guilherme Fontes Filmes por financiamentos obtidos em novembro de 1997 (R$ 528 mil) e junho de 1998 (R$ 2 milhões), após ter detectado irregularidades nas prestações de contas desses empréstimos.
O dinheiro foi obtido por meio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão do Ministério que ajudou a carrear recursos para a produção do filme ?Chatô?, de Guilherme Fontes que está inacabado. A Finep está cobrando judicialmente Fontes e seus três fiadores, por meio de processo na 22ª Vara Federal.
A auditoria da Finep detectou a existência de três processos na Serasa (Centralização de Serviços dos Bancos SA) contra o registro do CGC da empresa de Fontes. A data desse registro, 18 de novembro de 1997, é muito próxima da data da decisão da diretoria da Finep (nº 1043/97) que aprovou o financiamento (19 de novembro de 1997).
?Uma indicação de inadimplência ou protesto, emitida pelos computadores da Serasa, precisa ser investigada, se a entidade pretende realizar negócios com o cliente. Esses protestos não foram levados em consideração pela diretoria executiva?, considera o texto do auditor.
Entre as irregularidades está a aceitação de caução de cheque administrativo de Fontes, no valor de R$ 150 mil, considerada ilegal pelos auditores. ?Houve liberação dos recursos à firma Guilherme Fontes Filmes Ltda. em sua totalidade de uma só vez, não obstante a previsão contratual de desembolso em 2 parcelas – a segunda 90 dias após a liberação da primeira. O desembolso de R$ 136.654,00 ocorreu com noventa dias de antecedência, em sua totalidade, beneficiando exclusivamente a firma.?
Autorizado no início do ano a captar novamente recursos para concluir ?Chatô?, Guilherme Fontes conseguiu R$ 900 mil da Petrobras em 11 de setembro. O ator não foi localizado para comentar a nova decisão.