São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez hoje (27), ao sair da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma previsão otimista do desempenho da economia brasileira ao longo do ano.
Mantega acenou com a continuidade da política de queda na taxa básica de juros, a Selic, e observou que também estão caindo os índices de correção para concessão de crédito voltado para investimentos na produção. "Isso vai impulsionar um crescimento maior da economia", afirmou.
Sobre a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, o ministro disse que é sempre natural "a posição de cautela", sugerida para os períodos posteriores. O que importa, segundo ele, é perceber que há indicadores no mercado apontando para a manutenção da política de redução gradual da taxa de juros como inflação em baixa e estabilidade nos preços administrados pelo governo.
"Tenho certeza de que vai continuar havendo redução da taxa de juros e aumento do crédito no país". O nível não é possível fixar e a queda da inflação foi determinante para a recuperação do mercado interno", justificou. Para o ministro, as atenções agora deverão estar voltadas para o índice de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deverá alcançar algo entre 4% e 4,5%.
Mantega evitou analisar críticas de analistas do mercado segundo as quais a política monetária ainda se mostra conservadora. "Cada analista tem liberdade para fazer sua interpretação, mas os dados concretos apontam para uma inflação sob controle". Com a taxa controlada, completou o ministro, "há condições para que a política monetária continue a ser flexibilizada".
Ele sinalizou ainda a intenção do governo de reduzir a carga tributária e atribuiu o peso das contribuições à herança deixada pelo governo anterior. "Ao longo dos últimos 10 anos, foram aumentados os tributos no país, e eu falei aqui aos empresários que nós chegamos ao topo da montanha da carga fiscal e queremos descer essa montanha aliviando a carga tributária". De acordo com os cálculos apresentados por Mantega, de 2003 até o final de 2006, o governo deve deixar de arrecadar R$ 19 bilhões.
O ministro destacou ainda o esforço que tem sido feito para enxugar a máquina administrativa do governo na busca do crescimento econômico. "A economia tem que ir bem, mas o crescimento não é um fim em si, e sim um meio para melhorar o padrão de vida da população brasileira", advertiu.