Guido Mantega quer redução de gastos em até 30%

Depois de definir as prioridades para suas respectivas áreas, cada ministro terá, agora, que se enquadrar num novo plano de melhoria de eficiência que será apresentado na semana que vem pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega. A idéia do governo é fixar parâmetros de eficiência para cada projeto, o que poderá levar a uma redução de custos de até 30%.

Os detalhes do plano serão apresentados durante a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para próxima semana. No encontro, os ministros entregarão a relação dos programas prioritários nas suas pastas para este ano.

Essa foi a fórmula encontrada pela equipe econômica para lidar com a restrição orçamentária deste ano. Com pouco dinheiro disponível e a necessidade de apertar ainda mais o ajuste fiscal em 2003, a intenção é utilizar da melhor maneira possível os ?parcos recursos?. Segundo Mantega, o esforço de produtividade que será imposto a todas as áreas evitará que a realização de um superávit primário maior implique perdas dos objetivos. ?Temos de aumentar o rendimento dos recursos que sobrarem?, afirmou.

Isso será possível aplicando métodos modernos de gestão e administração. ?Teremos grandes novidades nessa área na semana que vem?, afirmou Mantega. Ele ressaltou que, no entanto  essa reavaliação do custo de cada projeto que será feita não provocará a paralisação dos programas. ?Mesmo com o projeto em andamento, cria-se um grupo de gestão para buscar soluções de redução de custo e reduz o valor em até 30%?, destacou Mantega. Segundo o ministro, isso será feito mantendo a qualidade dos projetos.

A própria Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde o ministro dava aulas até ir para o governo, desenvolveu um método para redução de custos de projetos seja na área de infra-estrutura, serviços ou social. Essa técnica permite economizar entre 20% e 30% no valor estimado para o investimento, diz Mantega.

A pavimentação da BR-101, é um exemplo prático do modelo da FGV. Orçada em R$ 3 bilhões, depois do trabalho feito pela Fundação, os custos foram reduzidos em R$ 1 bilhão, segundo o ministro. O mesmo método foi aplicado pela Infraero na ampliação do aeroporto de Garulhos. Num orçamento de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões, foi possível reduzir esses gastos em 30%.

Um programa que deverá ser ampliado é o Compras Net (compra de produtos pela internet). Esse sistema permite ao governo ter acesso a um número maior de fornecedores na hora de fazer uma licitação, jogando o preço final para baixo. Segundo Mantega, apenas 12% das compras do governo são feitas por meio desse sistema. A idéia é ampliar o sistema, que garante uma economia comprovada entre 25% e 30%.

O ministro também é favorável à instituição de um cadastro de custo de serviços. Com isso, um mesmo serviço prestado a dois ministérios e que tenha custos diferentes poderá ter o valor reduzido. O cadastro servirá de parâmetro para que o ministério que está pagando mais reduza o preço do serviço contratado para o nível mais baixo.

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