O título em Aucland já deixou claro que Gustavo Kuerten poderá mesmo voltar rapidamente ao grupo dos dez primeiros. É bem provável que no início de junho, ao final da temporada européia de quadras de saibro, Guga já esteja celebrando sua volta aos top ten. Mas reconquistar a posição de número 1 do mundo este ano é um sonho quase impossível.
Esta semana, Guga subiu nove posições no ranking da ATP e está no 29.º lugar, com 1.035 pontos, contra 4.485 do líder, o australiano Lleyton Hewitt, uma diferença de 3.390 pontos. Só para se ter uma idéia do que isso significa, cada título de um Grand Slam vale mil pontos.
Guga carrega como enorme vantagem este ano, o fato não ter praticamente pontos para defender. Por isso, tudo o que fizer é lucro, e isso deve levá-lo rapidamente a um lugar entre os dez do mundo.
Esta vantagem diminui bastante quando se faz comparações com jogadores que estiveram no Master Cup de Xangai, como é o caso de Hewitt, que ganhou o título na China. A ATP quando criou a Corrida dos Campeões praticamente rasgou e jogou no lixo seu livro de regras. Para dar ênfaze a esta nova classificação, sem, porém, tirar a verdadeira razão da lista de entradas, precisou usar de recursos que privilegiam demasiadamente os oito classificados para o Masters Cup.
É que enquanto todos os outros jogadores podem somar 18 resultados para determinar sua colocação no ranking, os oito classificados para o Masters têm o privilégio de somar um a mais justamente o desta competição. E Hewitt como campeão em Xangai tem 750 pontos a mais e, por isso, deve permanecer tranqüilo na liderança até o próximo Masters Cup, em Houston. Para a formação do ranking de entrada, os tenistas somam pontos nos quatro Grand Slams, nos nove Masters Series e os cinco melhores resultados em torneios da série ATP Tour, o que daria um total de 18. Quem vai ao Masters ganha o 19.º resultado. Na Corrida esta semana Guga ocupa a 6.ª posição.
Os outros brasileiros entre os cem primeiros são André Sá, 65 Fernando Meligeni, 75, e Flávio Saretta, 83.