Ainda não foi desta vez que Gustavo Kuerten conseguiu uma vitória em sua tentativa de voltar ao circuito profissional. Na estréia do Torneio de Viña del Mar, no Chile, Guga perdeu para um tenista que ocupa a 142ª posição no ranking mundial, o espanhol Oscar Hernandez, por 2 sets 0, ambos definidos no tie break, com parciais de 7/6 (7/2) e 7/6 (7/3).
A derrota na estréia ainda não representa a eliminação de Guga do torneio, que é disputado pelo novo formato com round robin – grupos com três tenistas, no qual todos jogam contra todos e só o primeiro colocado avança. Mesmo assim, a sua classificação para as quartas-de-final ficou complicada. Seu próximo adversário será o também espanhol Albert Montañes, em jogo com data ainda indefinida.
Para um tenista que já foi líder do ranking mundial e tricampeão de Roland Garros, o cenário em Viña del Mar revelou-se deprimente nesta segunda-feira. Uma quadra vazia, no meio da tarde, muito longe de todo o glamour que Guga viveu nos seus bons tempos. Mas a atmosfera, nada animadora, só comprovou a tremenda força de vontade do brasileiro em querer retornar ao circuito, passando por situações mais comuns a iniciantes ou jogadores menos talentosos.
Como se não bastasse, Guga voltou a apresentar velhos problemas. No 8º game do segundo set, ele teve de passar por atendimento médico, repetindo as conhecidas cenas de um passado não tão distante, em que era forçado a rápidas sessões de massagens para aliviar as dores no quadril durante os jogos.
O físico ainda é um de seus maiores obstáculos, depois de ter enfrentado duas cirurgias no quadril. Afinal, Guga não revela condições para suportar as longas trocas de bolas, nem mesmo chega para os golpes com precisão.
Entre erros, frustrações e sofrimento para buscar as bolas curtinhas – recurso utilizado pelo espanhol para minar a resistência do brasileiro -, Guga chegou a ficar nervoso durante o jogo e, inconformado com a sua situação, até quebrou uma raquete.
Nessa luta para voltar a jogar em alto nível, Guga não vence um jogo em torneio da ATP desde o US Open de 2005. Terá nova chance ainda em Viña del Mar, mas, aos 30 anos e sem conseguir recuperar a forma física e técnica, parece cada vez mais longe dos momentos de glória que viveu na carreira.