Sem conseguir bons resultados nesta sua insistente tentativa de volta ao circuito profissional, Gustavo Kuerten admite não jogar Roland Garros pelo segundo ano consecutivo – em 2006, ele deixou de disputar o torneio em Paris pela primeira vez em mais de dez anos. Guga confessou essa possibilidade em Viña del Mar, no Chile, onde perdeu os dois jogos que fez em competição da ATP durante a semana.
Para jogar em Roland Garros, Guga precisaria contar com um wild card (convite dos organizadores), pois seu ranking está acima da milésima colocação. Este ano, o brasileiro já sentiu um forte abalo em seu prestígio ao ver negado o seu pedido para disputar o Aberto da Austrália, janeiro, em Melbourne.
A Federação Francesa de Tênis, através do árbitro geral Stefan Frenson, costuma convidar alguns jogadores para Roland Garros e Guga tem chances por ser tricampeão do torneio. Mas, mesmo que venha a receber uma das vagas, ele não estaria livre de um vexame dentro de quadra. Afinal, pela sua classificação na ATP, não jogaria como cabeça-de-chave e, assim, poderia enfrentar já numa primeira rodada adversários como Roger Federer ou Rafael Nadal, os dois melhores do mundo na atualidade.
Por enquanto, Guga só tem a certeza de que continuará tentando retomar sua carreira. Na próxima semana, irá jogar em sua cidade Florianópolis, num torneio challenger. E depois vai disputar o Brasil Open, na Costa do Sauípe (Bahia). Seus planos futuros ainda não foram divulgados, mas ele também não fala em aposentadoria.
Nesse retorno ao circuito, Guga só acumulou fracassos. Em quatro jogos disputados desde o final do ano passado, ele não chegou a ganhar um set sequer. Perdeu em Assunção, Santiago e Viña del Mar.
Mesmo sem os bons resultados de antes, Guga se diz otimista. Tem esperança de recolocar-se bem no ranking, disputar grandes títulos e, embora não esteja mais em tanta evidência, entrou até no mundo da moda. Investiu milhões de reais e até agora não há evidências de que sua grife seja um sucesso. Mas o tenista revela empenho e procura divulgar a marca nas roupas de jogo e em fotos distribuídas pela sua assessoria de imprensa.
A vitoriosa carreira de Gustavo Kuerten, com três títulos de Roland Garros e um da Masters Cup, com vitórias sobre Sampras e Agassi e 43 semanas como número 1 do mundo foi cortada pelo bisturi. Ele passou por duas cirurgias no quadril (em 2002 e 2004) e até hoje, apesar de tanto empenho e sacrifícios, nunca mais recuperou a forma. Ainda assim fala com entusiasmo de seu futuro nas quadras.