Guerra ao carbono

Os ministros do Meio Ambiente dos países da União Européia estiveram muito ocupados na terça-feira de Carnaval, mesmo porque a amplitude do problema relacionado à emissão de gases do efeito estufa tira o sono de muita gente, não apenas no Primeiro Mundo, mas igualmente nos países em processo de desenvolvimento econômico.

Em reunião realizada em Bruxelas, os ministros aprovaram a proposta de reduzir em 20% – até 2020 – as emissões do inimigo número um do clima planetário, o dióxido de carbono. A base para o cálculo foram os dados referentes a 1990.

Num gesto que mostra rigoroso interesse dos homens encarregados da execução de políticas públicas além-fronteiras, tendo em vista a prevenção dos terríveis desastres ecológicos previstos para as próximas décadas, como no recente relatório da Organização das Nações Unidas sobre o clima da Terra, os cortes na emissão de gases poderão chegar a 30%, caso outros países industrializados cumpram a meta estabelecida no início da semana.

O consenso da União Européia aponta para a adoção de medidas fundadas na necessidade imediata de combater os efeitos negativos das mudanças climáticas, em vista dos pesados tributos já cobrados em várias regiões.

Uma das tarefas prementes é convencer os membros do bloco ainda reticentes às metas de redução, como a Polônia e Hungria, admitidas em 2004, mas com algumas restrições à proposta ratificada em Bruxelas. Extraordinário exemplo dessa disposição foi anunciado pelo ministro do Meio Ambiente alemão, Sigmar Gabriel, para quem o país está preparado para reduzir as emissões em até 40%.

Iniciativas desse alcance são indispensáveis, porquanto os danos ambientais em conseqüência das emissões de carbono mais que duplicaram entre 2000 e 2005, aumentando a uma taxa de 2,5% ao ano.

Quem mais contamina as fontes naturais da preservação da vida, obviamente, são os países ricos, como os Estados Unidos, ainda não signatário do Protocolo de Kyoto. Nos últimos 15 anos o país jogou na atmosfera sete bilhões de toneladas de carbono. Lixo pra ninguém botar defeito.

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