As evidências de uma nova guerra no Oriente Médio, entre Israel e Líbano, vão crescendo na medida da intensidade dos ataques desferidos por tropas israelenses em resposta aos mísseis e foguetes disparados pelo Hezbollah contra objetivos na região norte do território judeu. A situação de si mesma delicada acresce em preocupação, à vista do provável envolvimento no conflito da Síria e do Irã, dois importantíssimos focos de hostilidade ao sionismo.
O governo sírio sempre demonstrou enorme simpatia pelo partido islâmico que iniciou a onda de ataques contra Israel, no último dia 12, atuando, segundo os analistas internacionais, como um dos financiadores do Hezbollah. E o Irã, com a eleição do presidente Ahmadinejar, a cavaleiro de imensas reservas de petróleo e em pleno desenvolvimento da energia nuclear, passou a trombetear a insuperável insanidade de varrer Israel do mapa.
A escalada da violência começou quando o Hezbollah atacou uma patrulha do exército de Israel, matando quatro soldados e seqüestrando dois. A retaliação foi imediata e até o presente momento sobe a centenas o número de mortos, na maioria civis, num cômputo que tende a aumentar se providências enérgicas não forem tomadas com urgência para suspender as escaramuças. Não é sem motivos que o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, com apoio do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e do presidente russo, Vladimir Putin, exorta os governos do G-8 a formar uma força internacional de paz para atuar na área do conflito.
Para os analistas do permanente conflito árabe-israelense é inimaginável que a causa da explosão atual seja um incidente de pouca gravidade em comparação aos danos irreparáveis infligidos pela chuva de bombardeios sobre moradores de cidades do norte de Israel e sul do Líbano, onde milhares de turistas aproveitavam os balneários para passar as férias. Da mesma forma, estão atônitos ante a virulência dos ataques, supondo que a perda de controle da situação e o mais insidioso de todos os desastres – uma guerra aberta – estão a um passo. A barbárie continuará a triunfar sobre a civilização.