São Paulo, 20 (AE) – O Palmeiras errou em tudo o que não poderia, perdeu para o Guarani por 2 a 0, hoje, no Palestra Itália, e pode ter dado adeus ao sonho do título do Campeonato Brasileiro. Para seguir na briga pelo menos por uma das vagas na Taça Libertadores, a equipe de Estevam Soares, que parou nos 74 pontos, tem de torcer contra Atlético-PR, Santos, São Caetano e São Paulo, que jogam amanhã. A torcida lotou o estádio, mas a festa foi toda do Guarani, que continua na vice-lanterna da competição, mas foi a 43 pontos e ainda tem remotas chances de fugir do rebaixamento.
Conforme o planejado, o time do técnico Estevam Soares começou pressionando o rival. No primeiro lance, Correia desceu pela direita e cruzou para Ricardinho. O atacante cabeceou bem, no canto, mas Jean fez grande defesa.
Aos poucos, porém, o Palmeiras complicou o que parecia ser um jogo fácil. Começou a errar muitos passes, permitiu que o Guarani dominasse o meio-campo e até se arriscasse ao ataque – embora com evidente falta de poderio ofensivo.
Se não conseguiu comandar o meio-campo palmeirense no primeiro tempo, Pedrinho pelo menos ameaçou Jean em três escanteios consecutivos, pela direita. Num deles, o meia bateu fechado e quase surpreendeu o goleiro.
No último lance antes do intervalo, o Palmeiras voltou a levar perigo numa bola parada. Correia bateu falta da direita, mas Ricardinho cabeceou mal.
O panorama não mudou no segundo tempo. Aos 2 minutos, Catatau fez ótima jogada individual, bateu forte de fora da área e obrigou Sérgio a grande defesa. Sete minutos depois, o Guarani aproveitou a apatia do time da casa para abrir o placar. Mais na vontade do que na técnica, Sandro Hiroshi tabelou com Harison, Baiano cortou mal e Marcos Paulo pegou a sobra. O chute forte acertou o canto esquerdo de Sérgio, que não conseguiu defender.
Só depois de sofrer o gol Estevam resolveu mexer no time. Elson e Osmar entraram nos lugares de Alceu e Ricardinho, respectivamente. As alterações, porém, não surtiram efeito. Ao contrário, os visitantes encontraram ainda mais espaços para jogar. Aos 18, Patrick cruzou para Catatau, um dos melhores em campo, que perdeu gol feito.
No único lance de ataque certo em todo o jogo, aos 29, Baiano tabelou na intermediária e foi derrubado por Tiago na entrada da área. O zagueiro foi expulso – já tinha cartão amarelo -, mas Pedrinho bateu a falta na barreira.
Nos últimos minutos, a única jogada do Palmeiras foram os irritantes e insistentes cruzamentos para a área adversária. Num deles, Jean fez defesa incrível, no toque de cabeça de Daniel, após passe de Correia.
Com inteligência, o jovem time de Campinas – que mostrou não ter sentido a dispensa de nove jogadores na última semana, entre eles o experiente Viola – suportou a desordenada pressão palmeirense e decidiu o jogo num contra-golpe. Harison lançou João Leonardo dentro da área. O zagueiro teve calma para se livrar de Sérgio e servir Evandro Roncatto, que completou para o gol vazio: 2 a 0.
Os mais de 22 mil palmeirenses protestaram bastante e não pouparam nenhum jogador nem o técnico Estevam Soares pelo péssimo resultado.
Ficha técnica
Gols: Marcos Paulo aos 8, Evandro Roncatto aos 46 minutos do segundo tempo.
Palmeiras: Sérgio; Nen, Daniel e Gabriel; Baiano, Alceu (Elson), Correia, Pedrinho e Lúcio (Xavier); Thiago Gentil e Ricardinho (Osmar). Técnico: Estevam Soares.
Guarani: Jean; João Leonardo, Juninho e Tiago; Careca, Marcos Paulo (Serginho), Harison, Sandro Hiroshi (Nenê) e Patrick; Catatau (Mariano) e Evandro Roncatto.Técnico: Jair Picerni.
Juiz: Paulo César de Oliveira (SP).
Cartão amarelo: Careca, Patrick, Baiano, Tiago, Jean e Catatau.
Cartão vermelho: Tiago.
Renda: R$ 316.642,00.
Público: 22.488 pagantes (22.651 total).
Local: Palestra Itália (São Paulo).