Brasília – No depoimento que prestou há pouco à Corregedoria-Geral do Departamento de Polícia Federal (DPF), o presidente da multinacional Gtech, Fernando Antônio de Castro Cardoso, acusou o ex-assessor para Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz e o ex-secretário de Governo da prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo na gestão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Rogério Tadeu Buratti de tentarem extorquir a empresa quando da renovação do contrato das loterias com a Caixa Econômica Federal (CEF), em janeiro de 2003.
Cardoso foi ouvido a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Bingos, que investiga a denúncia de achaque da companhia. A mesma informação havia sido prestada à CPI em julho, pelo diretor da Gtech Marcelo Rovai. O presidente da Gtech e Rovai negam que a firma tenha pago a extorsão, mas não explicam porque deu R$ 5 milhões ao advogado Walter Santos Neto, suspeito de ter intermediado a operação.
Segundo Cardoso, Santos Neto teria sido contratado para resolver um processo judicial de interesse da empresa. "Era um contrato de risco-sucesso, no qual, obtendo resultado favorável à Gtech, o escritório teria remuneração de 0 8% do valor da causa, caso contrário, não teria nenhuma remuneração", afirmou o presidente, de acordo com o texto liberado Polícia Federal após o testemunho. Ele não soube explicar porque, em junho de 2003, a Gtech pagou a última parcela dos honorários dele, apesar de não haver bom êxito no mérito final da ação.