Grupo ligado ao PCC preso no Rio Grande do Sul tinha 26 membros

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (1) 26 integrantes de uma quadrilha que estava cavando um túnel em direção ao cofre-forte do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) em Porto Alegre (e não 28, como divulgado anteriormente). A PF informou que todos são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Pelos menos oito também participaram do roubo de R$ 164 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto do ano passado. "Podemos dizer que cortamos o braço direito do PCC", afirmou o superintendente regional da PF, José Francisco Mallmann. Também foram apreendidos cerca de R$ 40 mil em cédulas de R$ 50 e R$ 10.

O superintendente revelou que a quadrilha já estava sendo monitorada pela Polícia Federal há quase três meses, desde que desembarcou no Rio Grande do Sul. A decisão de deflagrar a operação foi tomada quando os investigadores souberam que havia mandados de prisão contra todos os integrantes do grupo que estavam em Porto Alegre nesta sexta-feira.

"Como eles se revezavam e viajavam, havia dias em que alguns estavam fora", explicou Mallmann. Também pesou a informação de que túnel já tinha 80 metros de comprimento e estava a 30 metros da caixa-forte, a ponto de permitir que os ladrões pudessem planejar o roubo no feriado de 7 de Setembro. O plano começou a ser investigado em abril, quando, após a prisão de João Adão Ramos (o João das Couves) em São Leopoldo, a polícia descobriu que ele recebia ligações telefônicas do mesmo grupo que havia roubado o Banco Central em Fortaleza.

Para traçar o plano, a quadrilha fez um contrato de compra de R$ 1,2 milhão pelo prédio de oito andares. A primeira parcela, de R$ 300 mil foi paga em dinheiro vivo há dois meses. As outras parcelas, no mesmo valor, venceriam em outubro, novembro e dezembro. Na seqüência, o grupo usou uma empresa de fachada e começou a fazer reformas no prédio, dando a entender que participava de um investimento, ao final do qual as salas comerciais seriam vendidas pelo valor de R$ 4,7 milhões. Enquanto isso, começava a escavar o túnel. O movimento de operários e a retirada contínua de entulhos foi visto pela vizinhança como uma reforma e não gerou suspeita. O próprio roubo, acredita Mallmann, seria feito num feriado, quando aquela área do centro fica deserta.

O túnel tem 70 centímetros de altura por 70 de largura, permitindo a passagem de uma pessoa por vez, agachada. Os integrantes do grupo, que haviam se alojado no terceiro e quarto andares do mesmo prédio, se revezavam na escavação. Apenas um deles ia para a ponta do túnel retirar a terra, que era colocada numa recipiente de plástico e puxada por cordas por outros falsos operários até a entrada do buraco. O túnel poderia se estender até a agência central da Caixa Econômica Federal, situada na mesma rua. A Polícia Federal não descarta a hipótese de que a quadrilha quisesse roubar os dois bancos. Mas considera pouco provável que arriscasse ficar escavando por mais um ou dois meses até chegar ao segundo alvo.

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