Os chanceleres que participam do Grupo do Rio definiram nesta quinta-feira o lançamento da Comunidade Sul Americana de Nações, que deverá acontecer no dia 9 de dezembro, no Peru. O Grupo do Rio é integrado pelo Brasil e mais dezoito países e tem por objetivo ser um mecanismo de concertação política entre as posições latino-americanas e caribenhas.

A informação sobre a criação da Comunidade Sul Americana de Nações foi dada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim. Para ele, a nova instituição reforçará a capacidade de negociação dos países da região. “São avanços dentro da integração sul-americana e latino-americana que, ao nosso ver, melhorariam a nossa posição de barganha na negociação com os grandes blocos econômicos”, afirma.

A Comunidade Sul Americana de Nações será baseada em uma área de livre comércio e em projetos de infra-estrutura. “A criação de uma institucionalidade permitirá, baseada numa área de livre comércio na América do Sul, reforçar e quem sabe chegar até a uma união sul-americana”, explica Amorim. Indagado sobre a possibilidade da comunidade gerar um processo de integração semelhante ao europeu, o ministro foi otimista: “com certeza, algum dia vamos chegar lá”.

O ministro das Relações Exteriores reafirmou a prioridade do presidente Lula de promover a integração sul-americana em primeiro lugar, como um passo importante para uma integração mais ampla da América Latina.

Na avaliação de Amorim, se a integração com os países do continente tivesse se dado há três ou quatro anos, as condições de negociações seriam hoje bem melhores. “Creio que se nós tivéssemos feito isto há mais tempo, teríamos tido muito melhores condições para outras negociações internacionais, inclusive no âmbito da Alca ou da União Européia. Creio honestamente que se nós tivéssemos começado uma negociação com a América Central há três anos, teríamos condições de ter uma posição comum dos latino-americanos nas negociações, o que teria ajudado muito”, afirma.

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