Até o final desta semana será criado um grupo de trabalho composto por representantes dos ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e pesquisadores que serão responsáveis por definir a política de pesquisas com células-tronco que o Brasil deverá seguir a médio prazo. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (20) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, durante o lançamento do primeiro edital que permite o financiamento de pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil.

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De acordo com Campos, o governo quer saber quais são as necessidades de cada área de pesquisa com células-tronco. "Queremos saber qual é a massa crítica que nós temos em cada área, como nas pesquisas com células-tronco ligadas a doenças degenerativas, e qual é a necessidade de apoio. É necessário criar um consenso de que essa é uma política do Estado brasileiro para ser seguida em médio prazo", disse o ministro.

Nesta quarta-feira, o governo lançou, em cerimônia na Câmara dos Deputados, o primeiro edital que permitirá o financiamento de pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil. Os recursos disponíveis são da ordem de R$ 11 milhões, metade do Ministério da Saúde e metade do Ministério de Ciência e Tecnologia.

A publicação do edital já estava prevista antes da aprovação da Lei de Biossegurança, aprovada em março deste ano, porém abrangia apenas experimentos com células-tronco adultas e de cordão umbilical. Com a aprovação da lei, também poderão ser utilizadas nas pesquisas células de embriões, desde que sejam excedentes em tratamentos de fertilidade, doados com o consentimento dos genitores e estejam congelados há mais de três anos.

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A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) afirma que existem 9.914 embriões congelados nas 15 maiores clínicas de reprodução do país. Desse total, 3.219 estão congelados há mais de três anos, podendo ser utilizados para pesquisas com células-tronco embrionárias.