O ministro das Comunicações, Hélio Costa, informou hoje que será criado, até o fim de julho, um grupo de trabalho formado por técnicos dos governos do Brasil e do Japão para discutir temas ligados ao desenvolvimento da indústria eletrônica no País. Segundo Costa, o governo japonês se propôs a fazer um intercâmbio técnico e científico e a colaborar para a formação de mão-de-obra especializada. Esses seriam os primeiros passos para a implantação de uma fábrica de semicondutores no Brasil. "O importante é que começamos o processo que pode ser de longo ou de médio prazo", afirmou o ministro. Fontes do governo chegaram a dizer que a instalação de uma fábrica desse tipo pode levar até cinco anos.
Hélio Costa disse que a negociação para instalação dessa fábrica tem de ser feita com as indústrias e não entre governos. Em documento chamado de Declaração de Intenções, empresas privadas japonesas dizem que pretendem cooperar com o Brasil para a modernização da indústria brasileira e "enviarão esforços para acelerar o estudo sobre a possibilidade de investimento futuro na área da indústria eletrônica, incluindo a de semicondutores". O termo de compromisso assinado entre os governos do Brasil e do Japão não assegura, tampouco, a implantação da fábrica. "O governo do Japão cooperará com o governo do Brasil na elaboração por parte do Brasil, de um plano estratégico para o desenvolvimento da indústria de semicondutores com vistas a investimentos japoneses no Brasil", diz o texto.
Este plano estratégico, segundo o termo de compromisso, incluirá um pacote detalhado de políticas para atrair investimentos, que será estudado no grupo de trabalho. O ministro das Comunicações do Japão, Heizo Takenaka, por sua vez, chamou o Brasil de grande potência da América Latina e disse que a adoção do padrão japonês no País abre espaço para que outros países latino-americanos adotem a tecnologia.
