Grupo da Al-Qaeda assume ataques no Egito

Um grupo que disse ter ligações com a rede Al-Qaeda assumiu a responsabilidade pelos atentados da madrugada deste sábado no balneário egípcio de Sharm el-Sheik, no Mar Vermelho, que matou pelo menos 83 pessoas e deixou mais de 120 feridos. Este foi o pior atentado no Egito desde 1981.

O grupo, que se identificou como Brigadas Abdullah Azzam, Al-Qaeda no Egito e na Síria, disse em um site islâmico na internet que seus "guerreiros sagrados" atingiram o Ghazala Gardens Hotel e o mercado velho de Sharm el-Sheik. A autenticidade do comunicado ainda não pôde ser confirmada. Abdullah Azzam é o nome de um militante palestino morto em 1989 que teria sido o "mentor espiritual" do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

As brigadas são um dos grupos islâmicos que assumiram a autoria dos atentados de 7 de outubro em Taba e Ras Shitan, na Península do Sinai, que mataram 34 pessoas, a maioria turistas israelenses.

"Essa operação foi lançada em resposta pelos crimes cometidos pelas potências malignas contra os muçulmanos no Iraque, Afeganistão, Palestina e Chechênia. Nós não tememos a tirania egípcia", disse o grupo em seu comunicado.

O governador regional, Musatafa Afifi, informou que dois carros-bomba e possivelmente uma mala-bomba explodiram quase simultaneamente no luxuoso resort na Península do Sinai, popular entre turistas europeus e mergulhadores.

Uma explosão ocorreu às 1h15 local diante do Ghazala Gardens Hotel em Naama Bay. "Houve uma grande bola de fogo e uma histeria em massa", disse Charlie Ives, um policial de Londres que estava de férias. A outra bomba explodiu em um miniônibus estacionado perto do mercado velho de Sharm el-Sheik, a cerca de 3 quilômetros de distância do primeiro ataque. Uma terceira explosão ocorreu em um calçadão à beira da praia. Segundo uma testemunha, um homem disse em árabe que tinha uma bomba na mala, que explodiu minutos depois de ele ter fugido.

Segundo fontes de hospitais, a maioria das vítimas era egípcia, mas o Ministério do Turismo indicou que 7 estrangeiros morreram – incluindo um checo, um italiano, dois britânicos e dois alemães – e 20 ficaram feridos. Entre os estrangeiros feridos estão nove italianos, cinco sauditas, três britânicos, um russo, um ucraniano e um árabe-israelense, disse uma porta-voz do ministério. A Chancelaria britânica, no entanto, disse que oito britânicos ficaram feridos.

Um alto funcionário de segurança disse que 35 feridos foram transferidos para o Cairo e 23 deles estão em estado grave, mas não revelou se eram estrangeiros.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, foi hoje a Sharm el-Sheik para verificar os danos no hotel atacado. Em um discurso na TV, Mubarak disse que os atentados "apenas aumentarão nossa determinação de combater o terrorismo, cercá-lo e exterminá-lo."

O ministro do Turismo, Ahmed el-Maghrabi, disse que os atentados de hoje deverão afetar o turismo no Egito a curto prazo.

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