A greve nacional dos servidores do Ministério da Cultura, iniciada no último dia 15, já dura mais de quinze dias e as negociações com o governo ainda não avançaram. No Paraná, a greve começou no dia 19, fechando a Casa Lacerda, museu histórico da Lapa, e a sede da 10º Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Entre as reivindicações dos servidores estão a implantação do Plano Especial de Cargos da Cultura (PEC) e a valorização das atividades do setor.
Segundo a pesquisadora do Iphan no Paraná, Sonia de Oliveira, o Ministério do Planejamento está levantando todo o histórico de reivindicações da categoria desde 2004 (data da última greve do setor) para só então abrir a negociações com a os servidores. "O PEC, por exemplo, está em estudos há mais de dez anos". Os servidores também querem que as gratificações que eles recebem se tornem parte do salário. "Nosso salário base é baixo, pois temos muitas gratificações que não são definitivas e que podem ser retiradas pelo governo a qualquer momento", finaliza.
Enquanto isso, mais de 40 instituições e museus estão fechados em todo o país. Em assembléia realizada na última quarta-feira na sede do Iphan em Curitiba, os servidores reafirmaram a posição do comando de greve nacional de continuar o movimento por tempo indeterminado. O comando de greve do Paraná também decidiu, a partir desta semana, distribuir à população da Lapa folhetos explicativos sobre os motivos da greve e sobre a importância do trabalho da Cultura. Um manifesto também será encaminhado para políticos, entidades representativas do turismo e instituições governamentais que atuam na cultura (Fundação Cultural de Curitiba, Secretaria de Estado da Cultura, secretarias de Turismo e Cultura da Lapa) expondo os motivos da greve e buscando apoios para o movimento.