Greve dos metroviários “tem causa justa”, diz Mercadante

A greve deflagrada nesta terça-feira (15) pelos metroviários de São Paulo tem uma causa justa, mas não é o melhor instrumento de protesto para a abertura de negociação com o governo de São Paulo para rever o processo de Parceira Público Privada (PPP) da Linha 4 do Metrô. A opinião é do candidato ao governo do Estado pelo PT, Aloizio Mercadante, que vê no contrato da Linha 4 um modelo "desequilibrado" de PPP.

"A PPP é necessária em São Paulo e o setor privado deve vir para ocupar o espaço onde o Estado não tem condições de investir. Esse projeto da Linha 4 prevê US$ 922 milhões de investimento do Estado e US$ 340 milhões do setor privado. E a licitação prevê que o Estado pagará US$ 75 milhões à iniciativa privada em 14 parcelas e a arrecadação com bilheteria, espaços para uso, como construção de shoppings, e a receita com propaganda só irá para o setor privado", observou. "A parceira não está sendo bem desenhada no Estado", salientou.

Segundo Mercadante, os metroviários promoveram hoje um "chamado de alerta para reflexão", mas não da forma mais adequada, porque a greve causa transtornos para toda a Região Metropolitana. "A discussão é necessária, da mesma forma que a privatização da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), uma empresa que tinha lucro anual de R$ 450 milhões,não deveria ser feita", opinou. Ele acrescentou que o processo da Linha 4, via PPP, não deveria ser tocado pelo governo estadual "no apagar das luzes". "Isso deveria ser deixado para o próximo governador" ponderou.

Mercadante insistiu que a greve foi deflagrada por falta de espaço de negociação dentro do governo paulista, mas não quis traçar expectativas para o futuro do empreendimento, inclusive se ele for eleito no pleito estadual, porque a licitação ainda se encontra sub judice. "Há uma disputa judicial e vamos esperar os desdobramentos", afirmou.

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