Chuniti Kawamura / GPP |
Em dois dias de greve, em 48% das agências as perícias foram realizadas normalmente e em 10% do total o atendimento foi parcial. |
A paralisação dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) impediu a realização de perícias em 42% das agências da Previdência na última quinta-feira (14) e anteontem no País, os dois primeiros dias de greve da categoria. Segundo levantamento feito pela diretoria de atendimento do instituto, em 48% das agências as perícias médicas foram realizadas normalmente e em 10% do total o atendimento aos segurados foi parcial. No sudeste do País a adesão dos profissionais ao movimento foi maior, já que em 46% das agência as perícias marcadas não foram feitas. No Nordeste, a adesão foi total também em 46% das agências.
No Estado de São Paulo, a greve atingiu hoje 61% das agências que têm o serviço, segundo balanço divulgado pelo instituto. De acordo com o INSS, estão totalmente parados os serviços de 71 agências. Outras 30 têm atendimento parcial. Os peritos de 61 agências estão trabalhando normalmente e três agências ficam em cidades com feriado municipal.
Os peritos decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de sexta-feira (15). Eles reivindicam, entre outras coisas, melhores condições de segurança para poderem trabalhar. Os postos de atendimento do INSS viraram caso de polícia nos últimos tempos por causa das inúmeras agressões sofridas pelos peritos. A médica perita Maria Cristina Souza da Silva, delegada da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), foi assassinada na quarta-feira em Governador Valadares, Minas Gerais.
Uma pesquisa recente da Previdência Social revelou números assustadores: 93% já sofreram alguma agressão verbal e 22% já foram vítimas de violência física e verbal. A partir deste ano, a perícia passou a ser feita apenas por médicos concursados, o que aumentou o rigor nos exames e provocou a fúria de alguns segurados.