A greve dos fiscais do Ministério da Agricultura causa transtornos na fronteira do Brasil com o Paraguai. Na Ceasa de Foz do Iguaçu já está faltando mercadorias e na estação aduaneira os caminhões não podem seguir viagem sem a liberação das cargas. O Paraguai não aceita mercadorias sem o laudo fitossanitário. Devido a greve, a Argentina suspendeu o carregamento de frutas.
O Paraguai também deixou de mandar hoje cerca de 200 cargas de soja e milho que deveriam ir para o porto de Paranaguá. Na estação aduaneira, onde são liberadas as cargas de importação e exportação, dos 535 caminhões que estão no pátio, pelos menos 350 não podem seguir viagem porque dependem da liberação do Ministério da Agricultura.
A Ceasa de Foz do Iguaçu tem 59 comerciantes que recebem uma média de 400 toneladas por dia de frutas, verduras e legumes. Metade dessa mercadoria vai para o Paraguai, mas devido a greve dos fiscais as vendas estão paradas. Os grandes importadores paraguaios estão preferindo comprar no mercado argentino o que trará reflexos para o comércio local.
Segundo o gerente da Ceasa, Valdinei dos Santos, a diminuição da comercialização hoje foi de quase 40%. Ele descartou entretanto o risco de desabastecimento nos mercados da região porque dentro do Brasil o trânsito de mercadorias é livre, a fiscalização só é feita nos produtos de exportação e importação. A greve dos fiscais porém não atrapalha o embarque da soja no porto de Paranaguá. Pela manhã não choveu no litoral, mesmo assim a fila para o desembarque tem se mantido em torno dos 40 quilômetros.
