Greve de caminhoneiros prejudica transporte no Rio Grande do Sul

O porto de Rio Grande deixou de movimentar cerca de 14 mil contêineres durante a primeira semana de greve dos caminhoneiros que fazem o transporte entre os dez terminais e a área de embarque de mercadorias nos navios. O cálculo é da superintendência do porto e leva em conta a média diária de dois mil contêineres embarcados ou desembarcados. O terminal gaúcho também começa a correr o risco de perder cargas para os portos catarinenses de Imbituba e Itajaí.

O Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam) quer que as empresas que contratam os motoristas adotem como norma o pagamento de uma tabela que vinham usando apenas como referência. Também exige uma reserva de 20% do trabalho para associados da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos e a recontratação, pelo Terminal de Contêineres (Tecon), de caminhoneiros autônomos para operações internas, do cais ao pátio. Fazem, ainda, uma reivindicação polêmica, pedindo que os operadores deixem de contratar transporte ferroviário de contêineres.

O maior impasse é com o Tecon. O terminal, privado, fez investimentos para se adequar ao ISPS Code, comprando caminhões modernos e treinando motoristas para trabalhar segundo suas normas de velocidade, segurança e eficiência. Isso fez com que dispensasse o trabalho dos autônomos no final de dezembro.

O presidente da Associação Brasileira dos Terminas Portuários (ABTP), Willen Mantelli, diz que a empresa não pode negociar alguns itens, como a volta de autônomos ao seu pátio interno ou recusar cargas ferroviárias, sob pena de perder competitividade e voltar ao passado. "A postura dos grevistas atrapalha as negociações", acusa. "As coisas poderiam ficar mais fáceis se, em vez de propor retrocessos, eles se preocupassem com o aumento da eficiência.

O impasse pode chegar ao fim amanhã (1), quando os grevistas fazem uma assembléia. O superintendente do porto, Vidal Mendonça assumiu o papel de mediador. Pediu dez dias de prazo para negociações com todas as partes, mas condicionou sua iniciativa à volta imediata ao trabalho e à liberação da movimentação dos contêineres retidos nos terminais.

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