Mais de oito mil policiais federais entraram em greve hoje, em todo o país, por tempo indeterminado, reivindicando do governo o cumprimento da Lei 9.266, de 1996, que transformou a carreira de policial federal de nível médio para nível superior. Um balanço nacional do movimento grevista, divulgado ao meio-dia pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), indica a adesão de 80% dos policiais em todos os estados. Somente Minas Gerais deverá iniciar a paralisação na quinta-feira, dia 11.
De acordo com o presidente da Fenapef, Francisco Garisto, serão assegurados os 30% dos serviços essenciais exigidos por lei, como a segurança nos aeroportos, portos e fronteiras. No entanto, ele adverte que ?todos os serviços de investigação da Polícia Federal, como o caso Waldomiro Diniz e a Operação Anaconda, serão prejudicados diretamente?.
O comando do movimento grevista informou que, nos serviços essenciais, será mantido um número reduzido de policiais. Entre esses serviços estão a emissão de passaportes para os casos de doença e morte e o trabalho de segurança nos aeroportos.
Com relação aos transtornos causados à população, Garisto afirmou que um grande problema das greves dos servidores públicos é atingir a população, mas que tudo vai ser feito para minimizar os transtornos. ?Nós estamos tentando fazer o possível para que a população entenda que ela tem de ter uma Polícia Federal eficiente e bem paga?.
Além do cumprimento da Lei 9.266/96, os policiais federais reivindicam melhores condições de trabalho, como pagamento de diárias e reembolso de gastos com viagens. ?Ninguém quer aumento de salário?, ressaltou Garisto. Para ele, ao não atender às reivindicações, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, parece estar empurrando os policiais para a greve.
Caso venha a ser atendida, a principal reivindicação dos policiais federais vai fazer com que o salário básico da categoria passe de R$ 360,00 para R$ 554,38
Em nota divulgada ontem, o ministro da Justiça lamentou a decisão da Federação Nacional dos Policiais Federais em suspender as negociações com o governo e assinalou que o Ministério está tomando providências para que os serviços essenciais continuem a ser prestados à população.
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