Greve da Anvisa prejudica tratamento de doentes em João Pessoa-PB

A greve de quase dois meses dos funcionários da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começa a refletir negativamente e a prejudicar pacientes portadores de hepatite, sífilis, aids e doença de Chagas tratados em hospitais públicos e privados de João Pessoa. Os hospitais são atendidos pelo Hemocentro da Paraíba no fornecimento, por exemplo, de kits com reagentes para testes preventivos de algumas doenças e plaquetas para tratamento quimioterápico.

Esta semana, o Hospital do Câncer Napoleão Laureano (público) teve que transferir, às pressas, um paciente com leucemia em estado grave para um hospital de Recife. Segundo a médica hematologista Eloísa Cartaxo, o doente precisava de concentrado de plaquetas, em falta no Hemocentro da Paraíba, por conta da greve na Anvisa.

Outros pacientes com hepatite também estavam para ser transferidos, mas a Anvisa liberou alguns kits para o Hemocentro na quinta-feira. Três pacientes estão internados, em tratamento de quimioterapia. Outro paciente aguarda o início do tratamento. De acordo com Eloísa Cartaxo, duas crianças também podem precisar de plaquetas a qualquer momento. "A direção do Hemocentro conseguiu a liberação de alguns kits mais urgentes e a rotina no tratamento dos pacientes está sendo atendida parcialmente", disse a hematologista.

De acordo com a direção do Hemocentro, o atraso no tratamento rotineiro dos pacientes ocorreu em função da falta de kits e reagentes para a realização de exames preventivos de HIV e doença de Chagas. "Isso atrasou a rotina na liberação do sangue", disse Eloísa Cartaxo.

O presidente da Associação Paraibana de Hospitais, Francisco Santiago de Brito Pereira, declarou, que, por enquanto a greve dos servidores da Anvisa ainda não refletiu na rede hospitalar privada. "Recebemos a informação de que o estoque para testes de componentes de sangue do Hemocentro estaria comprometido por causa da greve e poderia afetar as cirurgias de grande porte. Mas por enquanto, tudo continua normal nos hospitais privados", disse Pereira.

O estoque do reagente HCV, usado para o diagnóstico de hepatite C, estaria esgotado no Laboratório Central do Estado (Lacen), conforme o diretor do órgão, Marcelo Fook. Segundo ele, se a greve continuar cerca das 300 pessoas que fazem exames de hepatite todos os meses no Lacen serão prejudicadas.

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